Tive duas festas de aniversário este fim de semana.
Depois de um dia de Sábado a jogar Magic (sim, já passaram quatro meses desde a última vez), fui a um jantar de anos. Um jantar especial, porque se comemorava o aniversário do A.R..
A maior parte das pessoas importantes para o A.R. estava presente (e algumas delas são muito importantes para mim também). Foi um convívio muito agradável, mas o melhor foi mesmo ver o brilho nos olhos dele. Estava feliz. Muito, muito feliz. Apesar de algo que lhe faz muita falta. Apesar de algumas desilusões. Apesar da relutância em entrar nos trintas. Apesar de tudo isso, estava rodeado de amigos, de gente que lhe quer bem. Que mais se pode querer como presente de aniversário?
Depois do restaurante de comida indiana-barra-italiana, karaoke no Bairro Alto. Cantou a mana e um amigo do A.R., cantei eu e finalmente cantou ele. Eu sei que aquela música tem um significado para ti. E também sei que toda a gente te ouviu, até aqueles que não estavam presentes.
Acabámos a noite no MG. Depois de termos estado com os amigos dele, estivemos com os meus.
E só houve tempo de dormir, e passou-se ao segundo aniversário. Aí aconteceram duas coisas dignas de nota.
Primeiro: a S. fez festa!
É uma evolução, Amiga. Adorei o teu lanche, e adorei perceber que estavas perfeitamente à vontade no papel da anfitriã que tem prazer de receber os amigos em sua casa.
E numa nota privada, gostei muito do que me mostraste. Ficou muito bem e tens mais coragem do que eu.
Segundo: levei o A.R.. Como meu namorado, ainda que não abertamente.
Isto não quer dizer que estivemos de mãos dadas. Nem que o tratei de forma especial, para além de amigo. Mas percebe-se perfeitamente a intimidade. Percebe-se, pelas conversas que não estão lá. Pelos gestos que quase fazemos. E há sempre um ou dois olhares fugazes que não dão para disfarçar.
Não sei o que as outras pessoas presentes pensaram. Talvez tenham notado, mesmo porque nunca levei ninguém, em todos estes anos, e consequentemente estávamos os dois sob escrutínio. Mas se não quero chocar sensibilidades, também já estou cansado de viver a minha vida em função do que os outros sentem. Apeteceu-me levá-lo comigo. Gostei de tê-lo ao lado, e sei que da mesma maneira que ele faz questão de partilhar comigo cada parte da sua vida, também é importante para ele sentir-se integrado nos vários aspectos da minha. Se para isso tenho de dar a entender alguma coisa, tanto pior. Até porque as pessoas que me conheciam ali já tinham mais do que tempo de, se não saber, pelo menos suspeitar. E é a minha vida. Não a dos outros.
segunda-feira, abril 24, 2006
quinta-feira, abril 20, 2006
Em Família
Ultimamente não devo estar em mim. Deixei uma das minhas primas levar-me a outro concurso de televisão. Participei e tudo. E esqueci-me de que as câmaras lá estavam 3 minutos depois de começar a gravar.
Há uns largos anos, havia um concurso na RTP apresentado por Fialho Gouveia, chamado Entre Famílias. Foi a primeira vez que assisti à gravação de um programa; um dos meus colegas de escola foi participar e o pessoal foi todo convidado. Basicamente, tratava-se de um duelo entre membros de duas famílias diferentes, respondendo a questões baseadas em inquéritos feitos a cem pessoas distintas. As respostas dadas não deverão ser o que está certo, mas o que essas pessoas responderam.
O programa “Em Família”, iniciado recentemente, tem a mesma mecânica de jogo. O apresentador, para aqueles que trabalham e não estão em casa às 7 da tarde (ou não estão para ver pessegadas), é o sr. Fernando Mendes. Gordinho, baixinho, engraçadinho (de piadas, claro, não de aspecto), simpático. Pronto.
Semanas atrás, fui com a mana e vários primos a um casting. Foi uma experiência divertida. Já tinha ido a outro, para o programa das sopas, mas este foi em conjunto e logo teve o dobro da piada. Pelos vistos não devemos ter feito muito má figura, porque nos chamaram para participar no programa (ou isso ou tinham falta de equipas, mas prefiro pensar que foi pela nossa disposição cintilante e apurado sentido de jogo).
A gravação foi num estúdio da RTP algures em Lisboa. Fomos penteados e maquilhados depois de algumas horas de espera. A minha pele, e não me estou a queixar, nunca tinha estado com um tom tão uniforme; espero que pareça natural, na televisão. Devo parecer mais gordo uns sete quilos, segundo o que me disseram. Ao menos vou aparentar um peso de gente.
Fomos encaminhados ao estúdio e briefados (vem de briefing – em inglês é mais caro). Os nossos oponentes eram simpáticos, e como nós estavam ali para se divertir. Começou a gravação, e logo se definiu um padrão: os outros estavam a sair-se melhor. Tentámos dar luta, mas em vão. Fomos eliminados. Foi a tragédia, o horror…
…ou nem por isso. A nossa prestação não foi fulgurante, mas apesar de estarmos a zeros quase até ao final não foi tão deprimente como se possa pensar. As respostas a dar são subjectivas e muitas vezes contra-intuitivas. Quando fizeram a pergunta “Ao que é que os portugueses são mais alérgicos?” ao grupo de teste, duas das respostas mais dadas foram Trabalho e Falta de dinheiro. Lógico, muito lógico.
A outra equipa foi à parte final do programa mas não conseguiu ganhar os 7.500€ que são o prémio final. Foi pena, e é um bocado frustrante morrer na praia. Por mim, saí de lá com 1/6 de 114€ (que vamos receber daqui a uns 6 meses) e uma torradeira. O dinheiro sempre vai dar para fazermos um jantar, e a torradeira, embora não a tenha experimentado, parece-me bastante boa. Nada mau, hein?
No fundo, foi fazer de maneira um pouco diferente o que fazemos em família quando temos ocasião, que é divertir-nos à volta de um jogo de tabuleiro como o Trivial Pursuit ou o Pictionary. O tabuleiro é que alterou um bocadinho, mas divertimo-nos na mesma.
Há uns largos anos, havia um concurso na RTP apresentado por Fialho Gouveia, chamado Entre Famílias. Foi a primeira vez que assisti à gravação de um programa; um dos meus colegas de escola foi participar e o pessoal foi todo convidado. Basicamente, tratava-se de um duelo entre membros de duas famílias diferentes, respondendo a questões baseadas em inquéritos feitos a cem pessoas distintas. As respostas dadas não deverão ser o que está certo, mas o que essas pessoas responderam.
O programa “Em Família”, iniciado recentemente, tem a mesma mecânica de jogo. O apresentador, para aqueles que trabalham e não estão em casa às 7 da tarde (ou não estão para ver pessegadas), é o sr. Fernando Mendes. Gordinho, baixinho, engraçadinho (de piadas, claro, não de aspecto), simpático. Pronto.
Semanas atrás, fui com a mana e vários primos a um casting. Foi uma experiência divertida. Já tinha ido a outro, para o programa das sopas, mas este foi em conjunto e logo teve o dobro da piada. Pelos vistos não devemos ter feito muito má figura, porque nos chamaram para participar no programa (ou isso ou tinham falta de equipas, mas prefiro pensar que foi pela nossa disposição cintilante e apurado sentido de jogo).
A gravação foi num estúdio da RTP algures em Lisboa. Fomos penteados e maquilhados depois de algumas horas de espera. A minha pele, e não me estou a queixar, nunca tinha estado com um tom tão uniforme; espero que pareça natural, na televisão. Devo parecer mais gordo uns sete quilos, segundo o que me disseram. Ao menos vou aparentar um peso de gente.
Fomos encaminhados ao estúdio e briefados (vem de briefing – em inglês é mais caro). Os nossos oponentes eram simpáticos, e como nós estavam ali para se divertir. Começou a gravação, e logo se definiu um padrão: os outros estavam a sair-se melhor. Tentámos dar luta, mas em vão. Fomos eliminados. Foi a tragédia, o horror…
…ou nem por isso. A nossa prestação não foi fulgurante, mas apesar de estarmos a zeros quase até ao final não foi tão deprimente como se possa pensar. As respostas a dar são subjectivas e muitas vezes contra-intuitivas. Quando fizeram a pergunta “Ao que é que os portugueses são mais alérgicos?” ao grupo de teste, duas das respostas mais dadas foram Trabalho e Falta de dinheiro. Lógico, muito lógico.
A outra equipa foi à parte final do programa mas não conseguiu ganhar os 7.500€ que são o prémio final. Foi pena, e é um bocado frustrante morrer na praia. Por mim, saí de lá com 1/6 de 114€ (que vamos receber daqui a uns 6 meses) e uma torradeira. O dinheiro sempre vai dar para fazermos um jantar, e a torradeira, embora não a tenha experimentado, parece-me bastante boa. Nada mau, hein?
No fundo, foi fazer de maneira um pouco diferente o que fazemos em família quando temos ocasião, que é divertir-nos à volta de um jogo de tabuleiro como o Trivial Pursuit ou o Pictionary. O tabuleiro é que alterou um bocadinho, mas divertimo-nos na mesma.
terça-feira, abril 18, 2006
Frida
Tive ocasião de visitar uma das exposições patentes neste momento no Centro Cultural de Belém, onde me foi revelada a obra de Frida Kahlo.
Esta pintora mexicana deixou-nos um legado ímpar. A nível artístico, e a nível pessoal. A sua arte acabava por ser mesmo a sua vida, retratando-a, exorcizando-a, completando um mundo sempre centrado na sua solidão e na dor constante. Vale a pena tentar perceber o ser humano que se esconde por detrás d'"A coluna partida", "Hospital Henry Ford", ou d'"Umas quantas facadinhas".
Por algum tempo, perdi-me por entre poemas em tela. Poemas que falam de agonia, mas também de coragem. Poemas de isolamento, e retratos daqueles que a rodeavam. Imagens surrealistas, que como ela própria dizia, não eram mais do que a sua realidade.
Mas cá fora, por entre as pessoas que visitavam a exposição, também houve algo que me chamou a atenção. Um casal passeava por entre as obras de arte juntamente com o filho, um miúdo dos seus 4, 5 anos. Mas ao contrário do frete usual da criança que vai atrás dos pais com suspiros de "QUERO IR EMBORA!" ou "QUERO IR FAZER XIXI!", o miúdo parecia estar a gostar verdadeiramente de estar ali. Talvez porque em vez de o tratarem com condescendência, os pais lhe fossem explicando cada quadro em termos apropriados à sua idade. A maturidade e complexidade dos temas retratados não os demoveram, e ainda bem. Acho que ficou provado que as crianças não são fracas de espírito, talvez exactamente quando não os tratamos como tal. Tenho a certeza que da mesma forma que me senti enriquecido quando saí, também aquele puto beneficiou do toque de Frida.
domingo, abril 16, 2006
quarta-feira, abril 12, 2006
Flor, e bela
sábado, abril 08, 2006
Há dias...
Há dias assim. Umas vezes não estamos à espera e somos enterrados por contrariedades e problemas. Outras estamos preparados para o pior e afinal até aparecem uns raios de sol por entre as nuvens.
O ambiente no trabalho tem andado de cortar à faca. Não é de hoje, mas esta semana tem sido um pouco mais complicada. Por causa do chefe, por causa dos colegas, pelo trabalho em si. Ontem estava a contar com uma sexta-feira daquelas de fugir, com um volume de trabalho que não me ia dar tempo para respirar, e que se ia prolongar por TODO o fim de semana. E a minha colega preferida, a J., daquelas (poucas) que posso chamar mesmo amiga, voltou de férias para encontrar uma situação muito desagradável ao nível profissional.
E depois as nuvens afastaram-se.
Metade do trabalho que eu tinha entre mãos foi, milagrosa e surpreendentemente, transferido para a semana que vem. Tenho tempo para descansar minimamente este fim de semana! Yes!
O problema da J. não se resolveu ainda, mas passou para segundo plano quando recebeu a melhor notícia de todas. Por telefone, ontem a meio da tarde, disseram-lhe aquilo que mais queria ouvir. É um segredo, conhecido ainda de muito poucos, mas como nenhum de vocês a conhece (com uma excepção; mas tu já sabes mesmo, né?) acho que não estou a quebrar a confidência dela quando digo que, depois de anos de tentativas, a J. está finalmente grávida.
Quase que chorei ontem, que é uma coisa que não convém no local de trabalho. A J. chorou mesmo, discretamente, porque para ela ainda é uma coisa preciosa demais para ser apregoada aos sete ventos, ainda mais com a situação profissional no pé em que está. Fui dos poucos a quem foi confidenciado. Não que precisasse. Uma olhadela para a cara dela e soube logo.
Ela merece. Ela e o marido, que é um tipo para lá de porreiro também. Vendo-os juntos, ainda claramente apaixonados depois de largos anos de casamento, dou graças por nem toda a gente se estar a divorciar e a renunciar a uma vida em conjunto (que é infelizmente o panorama geral envolvendo o restante dos meus colegas).
Acabei a noite de forma também um pouco inesperada e muito fixe. Fui com o A.R. e as amigas dele à festa de aniversário do Teatro da Comuna. Só percebi realmente onde e ao que ia quando lá cheguei; por andar tão estressado, nem tinha tomado bem conhecimento. Foi o máximo. Música dos eighties, temperada com Hung Up e afins, muita gente gira, ambiente muito cool, e carradas de actores conhecidos. Afinal era o aniversário de um teatro. E alguns até fizeram figuras e tudo. Por isso deixei-me de inibições (que geralmente tenho fora de sítios temáticos) e dancei tal e qual como me apeteceu.
Depois de uma segunda-feira de susto, afinal na sexta sempre respeitei a lei das compensações. Só demorou um bocadinho mais.
O ambiente no trabalho tem andado de cortar à faca. Não é de hoje, mas esta semana tem sido um pouco mais complicada. Por causa do chefe, por causa dos colegas, pelo trabalho em si. Ontem estava a contar com uma sexta-feira daquelas de fugir, com um volume de trabalho que não me ia dar tempo para respirar, e que se ia prolongar por TODO o fim de semana. E a minha colega preferida, a J., daquelas (poucas) que posso chamar mesmo amiga, voltou de férias para encontrar uma situação muito desagradável ao nível profissional.
E depois as nuvens afastaram-se.
Metade do trabalho que eu tinha entre mãos foi, milagrosa e surpreendentemente, transferido para a semana que vem. Tenho tempo para descansar minimamente este fim de semana! Yes!
O problema da J. não se resolveu ainda, mas passou para segundo plano quando recebeu a melhor notícia de todas. Por telefone, ontem a meio da tarde, disseram-lhe aquilo que mais queria ouvir. É um segredo, conhecido ainda de muito poucos, mas como nenhum de vocês a conhece (com uma excepção; mas tu já sabes mesmo, né?) acho que não estou a quebrar a confidência dela quando digo que, depois de anos de tentativas, a J. está finalmente grávida.
Quase que chorei ontem, que é uma coisa que não convém no local de trabalho. A J. chorou mesmo, discretamente, porque para ela ainda é uma coisa preciosa demais para ser apregoada aos sete ventos, ainda mais com a situação profissional no pé em que está. Fui dos poucos a quem foi confidenciado. Não que precisasse. Uma olhadela para a cara dela e soube logo.
Ela merece. Ela e o marido, que é um tipo para lá de porreiro também. Vendo-os juntos, ainda claramente apaixonados depois de largos anos de casamento, dou graças por nem toda a gente se estar a divorciar e a renunciar a uma vida em conjunto (que é infelizmente o panorama geral envolvendo o restante dos meus colegas).
Acabei a noite de forma também um pouco inesperada e muito fixe. Fui com o A.R. e as amigas dele à festa de aniversário do Teatro da Comuna. Só percebi realmente onde e ao que ia quando lá cheguei; por andar tão estressado, nem tinha tomado bem conhecimento. Foi o máximo. Música dos eighties, temperada com Hung Up e afins, muita gente gira, ambiente muito cool, e carradas de actores conhecidos. Afinal era o aniversário de um teatro. E alguns até fizeram figuras e tudo. Por isso deixei-me de inibições (que geralmente tenho fora de sítios temáticos) e dancei tal e qual como me apeteceu.
Depois de uma segunda-feira de susto, afinal na sexta sempre respeitei a lei das compensações. Só demorou um bocadinho mais.
quinta-feira, abril 06, 2006
Weekend Aftershock
No seguimento de um fim de semana movimentado, pela lei das compensações, deveria ter tido um início de semana mais calminho.
Devo ter uma costela de fora-da-lei, porque a raça da Segunda-Feira foi tudo menos calma.
A manhã foi o terminar do trabalho do fim de semana. A correria do costume. Tirar fotocópias, verificação de última hora, encadernar os processos, lacrar envelopes (e empestar o escritório todo – na opinião dos meus colegas, lacre dá uma grande moca, mas geralmente estou esgazeado demais nesta recta final para notar). Tudo em passo acelerado. Almoçar (se se pode chamar a enfiar na boca o conteúdo de um prato de comida em menos de 3 minutos almoçar) a seguir, e meter no carro da empresa para fazer quase duma assentada o caminho da Margem Sul até à Figueira da Foz.
Cheguei bem à Figueira. Até encontrei o meu destino com facilidade, graças às indicações surpreendentemente simples e exactas de um agente da autoridade a quem pedi informações. Entreguei os documentos a tempo e horas, e atipicamente com alguma margem de manobra. Pronto. Já podia descansar.
Pois podia. Mas a parte mais movimentada do dia ainda não tinha começado.
Aproveitei para relaxar e lanchar na Figueira. Depois do stress, bem merecia. Estive até uns minutos na praia, no extenso areal que é uma das atracções da cidade, e onde se estava maravilhosamente com o calorzinho do óptimo dia que se fazia sentir. Depois, meti-me a caminho para voltar.
Vou escrever telegraficamente a partir daqui.
Autoestrada. Muito movimento. Mais autoestrada. Saída para estação de serviço. O carro derrapa. Eu travo. Ele não pára. Dá de traseira. Derrapagem de lado até ao rail. Frente do carro em péssimo estado. Fico esgazeado (desta sem lacre). Tiro o carro do meio do caminho. Ligo ao chefe. Vem a assistência da Brisa. Preenche relatório. Falo com o chefe. Vem a Brigada de Trânsito. Preenche relatório. Sopro no balão. Falo com o chefe. A BT chama reboque. Vou comprar máquina fotográfica a pedido do chefe. Não há máquinas na bomba. Não há fotos do rail danificado. Chega o reboque n.º1. Falo com assistência em viagem. Não cobrem reboques chamados pela BT. Vai embora o reboque n.º1. Falo com assistência em viagem. Dizem que vão mandar reboque e táxi. Espero. Falo com o chefe. Falo com os pais. Chega o reboque n.º2. Carrega o carro. Nada de táxi. Vai embora o reboque n.º2. Espero. Chega o táxi. Viagem da Nazaré até Almada. Chego ao escritório. Pego no meu carro. Caminho até casa dos pais. Janto. Deito-me.
Despistei-me às 18.50h. Cheguei a casa dos pais depois da meia-noite.
Uma segunda-feira assim foi um bom prenúncio para o resto da semana...
Devo ter uma costela de fora-da-lei, porque a raça da Segunda-Feira foi tudo menos calma.
A manhã foi o terminar do trabalho do fim de semana. A correria do costume. Tirar fotocópias, verificação de última hora, encadernar os processos, lacrar envelopes (e empestar o escritório todo – na opinião dos meus colegas, lacre dá uma grande moca, mas geralmente estou esgazeado demais nesta recta final para notar). Tudo em passo acelerado. Almoçar (se se pode chamar a enfiar na boca o conteúdo de um prato de comida em menos de 3 minutos almoçar) a seguir, e meter no carro da empresa para fazer quase duma assentada o caminho da Margem Sul até à Figueira da Foz.
Cheguei bem à Figueira. Até encontrei o meu destino com facilidade, graças às indicações surpreendentemente simples e exactas de um agente da autoridade a quem pedi informações. Entreguei os documentos a tempo e horas, e atipicamente com alguma margem de manobra. Pronto. Já podia descansar.
Pois podia. Mas a parte mais movimentada do dia ainda não tinha começado.
Aproveitei para relaxar e lanchar na Figueira. Depois do stress, bem merecia. Estive até uns minutos na praia, no extenso areal que é uma das atracções da cidade, e onde se estava maravilhosamente com o calorzinho do óptimo dia que se fazia sentir. Depois, meti-me a caminho para voltar.
Vou escrever telegraficamente a partir daqui.
Autoestrada. Muito movimento. Mais autoestrada. Saída para estação de serviço. O carro derrapa. Eu travo. Ele não pára. Dá de traseira. Derrapagem de lado até ao rail. Frente do carro em péssimo estado. Fico esgazeado (desta sem lacre). Tiro o carro do meio do caminho. Ligo ao chefe. Vem a assistência da Brisa. Preenche relatório. Falo com o chefe. Vem a Brigada de Trânsito. Preenche relatório. Sopro no balão. Falo com o chefe. A BT chama reboque. Vou comprar máquina fotográfica a pedido do chefe. Não há máquinas na bomba. Não há fotos do rail danificado. Chega o reboque n.º1. Falo com assistência em viagem. Não cobrem reboques chamados pela BT. Vai embora o reboque n.º1. Falo com assistência em viagem. Dizem que vão mandar reboque e táxi. Espero. Falo com o chefe. Falo com os pais. Chega o reboque n.º2. Carrega o carro. Nada de táxi. Vai embora o reboque n.º2. Espero. Chega o táxi. Viagem da Nazaré até Almada. Chego ao escritório. Pego no meu carro. Caminho até casa dos pais. Janto. Deito-me.
Despistei-me às 18.50h. Cheguei a casa dos pais depois da meia-noite.
Uma segunda-feira assim foi um bom prenúncio para o resto da semana...
quarta-feira, abril 05, 2006
Going through the weekend
Etapas do fim de semana: trabalho, desfile, afterparty, almoço de família, festa de aniversário do mano, trabalho.
Se algumas coisas da lista parecerem deslocadas, é favor ignorar. É o que eu faço, embora não devesse.
Este fim de semana estive num desfile de moda, mas não o vi acontecer.
A parte que vi foi o que está por trás. Os bastidores. A preparação demorada por que toda aquela gente tem de passar para um desfile que acontece a correr.
É complicado. Não vou falar da escolha da roupa, ou da preparação da coreografia ou da passerelle. Porque não assisti e porque também não quero dar opinião. Ao que assisti, foi ao pentear e à maquilhagem antes e durante o desfile.
Eram vinte modelos. Quinze raparigas e cinco rapazes. Todos a ser penteados e maquilhados antes. Para além disso haviam artistas, que tiveram de ser preparados também, assim como o apresentador. Uma carrada de gente.
Os penteados ficaram a cargo de uma equipa profissional de cabeleireiros. Senhoras muito profissionais, de nariz empinado e sem imaginação nenhuma. Num desfile que se queria artístico, foram verdadeiras pintoras de paredes no lugar dos Picassos necessários.
A maquilhagem foi outra estória. Sou parcial? Trata-se do namorado, afinal, por isso sou suspeito. Talvez, mas acho que não me engano, porque houveram muitas opiniões externas no final que o confirmaram, quando digo que a equipa, nomeadamente o A.R., fez um trabalho excepcional.
Demorou, mas correu tudo bem. Todos ficaram penteados e maquilhados a tempo e horas. A parte mais complicada ainda estava para vir. O desfile propriamente dito.
Foi um stress medonho. As entradas e saídas dos modelos sucediam-se a um ritmo alucinante, com necessidade de mudança de visual a cada uma das etapas. Foi o alterar quase instantâneo, por várias vezes, do trabalho feito ao longo de toda uma tarde. Foi o decidir em cima do joelho, porque não havia mesmo outra forma possível, apesar de existir um planeamento, do que resultaria melhor por cima de duas ou três maquilhagens anteriores.
Resultou. Muito bem mesmo. Toda a gente adorou. Menos o artista, claro. Para ele as coisas poderiam ter ficado bem melhores. Talvez pudessem, com muito tempo. Como as coisas decorreram, ele fez verdadeiros milagres.
Uma das coisas que achei fantástico no meio disto tudo foi ver que há pessoas, como o A.R., que vibram com o seu trabalho. Que o consideram um prazer necessário e não uma obrigação. Outra foi perceber que embora não tivesse feito nada a tarde toda, e a noite toda, a minha função era mais que importante: era estar ali para ele, a apoiá-lo, a transmitir-lhe confiança para que conseguisse ultrapassar uma etapa pessoal importante.
Adoro-te. Obrigado por me deixares entrar na tua vida.
Se algumas coisas da lista parecerem deslocadas, é favor ignorar. É o que eu faço, embora não devesse.
Este fim de semana estive num desfile de moda, mas não o vi acontecer.
A parte que vi foi o que está por trás. Os bastidores. A preparação demorada por que toda aquela gente tem de passar para um desfile que acontece a correr.
É complicado. Não vou falar da escolha da roupa, ou da preparação da coreografia ou da passerelle. Porque não assisti e porque também não quero dar opinião. Ao que assisti, foi ao pentear e à maquilhagem antes e durante o desfile.
Eram vinte modelos. Quinze raparigas e cinco rapazes. Todos a ser penteados e maquilhados antes. Para além disso haviam artistas, que tiveram de ser preparados também, assim como o apresentador. Uma carrada de gente.
Os penteados ficaram a cargo de uma equipa profissional de cabeleireiros. Senhoras muito profissionais, de nariz empinado e sem imaginação nenhuma. Num desfile que se queria artístico, foram verdadeiras pintoras de paredes no lugar dos Picassos necessários.
A maquilhagem foi outra estória. Sou parcial? Trata-se do namorado, afinal, por isso sou suspeito. Talvez, mas acho que não me engano, porque houveram muitas opiniões externas no final que o confirmaram, quando digo que a equipa, nomeadamente o A.R., fez um trabalho excepcional.
Demorou, mas correu tudo bem. Todos ficaram penteados e maquilhados a tempo e horas. A parte mais complicada ainda estava para vir. O desfile propriamente dito.
Foi um stress medonho. As entradas e saídas dos modelos sucediam-se a um ritmo alucinante, com necessidade de mudança de visual a cada uma das etapas. Foi o alterar quase instantâneo, por várias vezes, do trabalho feito ao longo de toda uma tarde. Foi o decidir em cima do joelho, porque não havia mesmo outra forma possível, apesar de existir um planeamento, do que resultaria melhor por cima de duas ou três maquilhagens anteriores.
Resultou. Muito bem mesmo. Toda a gente adorou. Menos o artista, claro. Para ele as coisas poderiam ter ficado bem melhores. Talvez pudessem, com muito tempo. Como as coisas decorreram, ele fez verdadeiros milagres.
Uma das coisas que achei fantástico no meio disto tudo foi ver que há pessoas, como o A.R., que vibram com o seu trabalho. Que o consideram um prazer necessário e não uma obrigação. Outra foi perceber que embora não tivesse feito nada a tarde toda, e a noite toda, a minha função era mais que importante: era estar ali para ele, a apoiá-lo, a transmitir-lhe confiança para que conseguisse ultrapassar uma etapa pessoal importante.
Adoro-te. Obrigado por me deixares entrar na tua vida.
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