sexta-feira, maio 14, 2010

Os Ópios do Povo - O Papa

Ainda há gente que vibra com o Papa. Pensei que não, mas há. Basta ver os ajuntamentos que encheram os espaços públicos nos últimos dias em Portugal, só para ver o Papa, para lhe acenar.

A meu ver, só há uma explicação: o Papa, longe dos dias em que representava a instituição Igreja e os valores em que esta assenta, é hoje considerado o socialite supremo, o expoente máximo da figura pública.

Senão, vejamos: como uma estrela de cinema, viaja com a sua própria entourage e guarda-costas. Como um primeiro ministro, discursa para imensas multidões. Como um top model, os maiores criadores competem para que ele desfile com as suas criações. Como um magnata, viaja no seu próprio jacto e tem uma colecção de arte de bradar aos céus. Como Hugh Hefner, tem 80 e tal anos e mesmo assim todas as meninas lhe querem beijar a mão.

E mais: como herói de banda desenhada, o Papa viaja no seu próprio veículo temático. Quem é que pode superar isto? É difícil imaginar um indivíduo com mais star power! Não admira que seja tão apaparicado(!)... Chefe da Igreja Católica? Sim, também é. Mas muito mais do que isso, o artista anteriormente conhecido como Ratzinger é uma forma de escape puro, tal e qual a Lili Caneças. É um distribuidor de camisas tigresse à escala mundial, que faz comentários muitas vezes tão inanes ou estapafúrdios como os da querida Maria Alice. E o povo adora uma boa Lili. Mesmo que seja uma Lili que efectivamente tem posses e que não traz os pastéis de bacalhau na carteira na volta das festas.

Quando crescer, quero ser o Papa. Parece-me um emprego com futuro. Só não me peçam é para rezar missa. O cheiro do incenso faz-me dor de cabeça.

segunda-feira, maio 10, 2010

Os Ópios do Povo - Benfica

O povo precisa de vícios, precisa de ser distraído da sua vidinha.

O povo precisa de buzinar, buzinar, buzinar como se não houvesse amanhã, precisa de se esvair em berros de apoio à Sua Equipa. Tem uma absoluta e completa necessidade de se sentir envolvido, de saber que a Sua Equipa é melhor que todas as outras, é mesmo A Melhor, e que esse povo, por ter escolhido dar o seu apoio Àquela Equipa, À Melhor, é por arrasto também o Melhor, é o Vencedor.

Os outros, os desventurados que não escolheram para Sua Equipa a Vencedora, encolhem-se no seu canto, na sua pequenez... Mas é uma situação temporária, asseguram-se a si próprios. Para o ano, hão de ser eles a fazer a festa, a buzinar, a gritar, a soltar foguetes e a congestionar o Marquês do Pombal. Serão os maiores, serão Os Maiores!

O povo grita e chora de emoção, e a vidinha é posta de lado por mais um dia.

quarta-feira, abril 28, 2010

Update|Upgrade

Os últimos tempos têm sido a um tempo estranhos e normais.

Nas últimas semanas, aconteceu de tudo. Confirmou-se que sim, que vou ser tio(!), e não podia estar mais contente pela mana. A minha busca de uma nova casa estagnou completamente, com a agência maravilha a conseguir um total de 0 (leia-se zero) visitas até agora à minha corrente morada. Ou a minha casa é tão cara e tão má nas fotos que toda a gente recusa vê-la, ou há alguém que não está a fazer o trabalho como devia… Pela segunda vez consecutiva, fiquei em segundo num torneio de Magic; talvez porque me vou tornando um dinossauro por ali e com as escamas metafóricas vem alguma experiência. O trabalho atingiu massa crítica, explodindo em semanas de horários de 12 horas diárias, uma viagem a Madrid ainda mais relâmpago do que a do último ano e complicações que me fizeram puxar os cabelos. E infelizmente, morreu uma pessoa de família, doente havia muito, mas cujo desaparecimento nunca deixa de chocar e entristecer.
E depois houve o fim de semana passado. Tive uma festa na Casa da Porteira, completa com fogo de artifício e tudo, que ajudei a preparar e foi excelente, apesar do aniversariante ter espezinhado(!) as velas que coloquei no bolo. Tive uma visita ao MG, surpreendentemente também excelente. Finalmente deram-me espaço, música boa e um par (hmmmm…) que era uma coisa assim fora de série. E tive uma tarde de relax no calor de uma tarde de pseudo-Verão, que oscilou entre dormitar nas espreguiçadeiras, com cervejinhas geladas, e refeições de tostas com queijos variados a gozar a vista na mesa de vidro do terraço.

Mas o fim de semana trouxe também certos desenvolvimentos, na minha cabeça e fora dela, que podem constituir um novo ponto de viragem. Ou não. Sei lá!... Depois de um mini-tornado auto-infligido, tomei a decisão de continuar a aproveitar aquilo que me é dado a aproveitar, e não stressar com alterações que podem vir daqui a umas horas ou daqui a alguns anos, e que afinal até poderão (é o mais provável) ser pelo melhor. Sim, está-me no sangue resistir o mais possível à mudança, qualquer mudança. Mas felizmente, há sempre tempo para evoluir, se me decidir a isso. Há sempre tempo para ser mais feliz...

Quem ler pode pensar que me estou a queixar, que talvez eu esteja infeliz. Não é o caso. O que acontece é que estou a dizer a mim mesmo que a possibilidade antecipada de vir a ficar momentaneamente menos alegre não compensa a hipoteca do meu bem estar presente. Se conseguir viver assim, sem me derrotar antes mesmo de começar por causa de factores para além do meu controle, e deixar o pessimismo de lado, de certeza que a minha vida vai agradecer.

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Sábado preenchido

Há fins-de-semana inteiros que passam despercebidos e em que não se passa absolutamente nada, e depois há outros em que apenas metade de um aconteçam diversas coisas dignas de nota.
Este Sábado foi uma dessas metades. Assim de repente, tive direito a:

- Visita a diversas casas em Almada – sim, estou a pensar mudar-me;

- Jogo de cartas em que fiquei em segundo lugar com um baralho que nem eu próprio achava que valesse dez reis de mel coado, e principalmente;

- Notícia da minha irmã que a confirmar-se vai mexer com muita coisa para os nossos lados...

E mai nada!

sábado, janeiro 16, 2010

quinta-feira, janeiro 07, 2010