quarta-feira, maio 31, 2006

Puzzle Porto

Eu e o A.R. fomos até ao Porto este fim de semana. Foi uma visita curta; ele foi a trabalho e eu fui atrelado.

Nos tempos antigos, ou quando eu era uma criança, fui algumas vezes ao Porto. A minha avó paterna morava lá, e muito de quando em vez, porque não dava para mais, íamos visitá-la. Aquela cidade para mim era basicamente o Sítio Mais Longe, a terra lá bem nos confins de tudo. O Porto dessa época é para mim um sítio nebuloso. Era pequeno demais para reter até hoje mais do que alguns pormenores. Mas talvez por estar completamente fora da minha rotina, sei que parecia um lugar quase mágico.

O meu Porto de criança é um prédio antigo, com escadas de madeira de corrimões trabalhados em redor de um poço de escada largo, iluminado por uma clarabóia enorme. É um apartamento pequenino, com casa de banho ao fundo do corredor comum, e com vizinhos que moravam em águas furtadas e me ofereciam bolachas de uma lata. É a imagem de N.S. de Fátima de cima da mesa de cabeceira que me fascinava por brilhar no escuro. Sou eu e a mana sentados na relva de uma praça que não conheço, radiantes com os nossos novos óculos escuros de plástico. É arroz de polvo, cozinhado pela minha avó.

Mas a minha avó faleceu, e durante muito tempo deixei de ir ao Porto.

Quando voltei, já estava na faculdade. Visita de médico. E desde então fui lá algumas vezes, mas sempre de fugida. Nos tempos modernos, nunca fiquei mais do que dois dias seguidos na cidade, no máximo. Talvez por isso, o meu Porto dos tempos antigos esbateu-se, foi substituído por uma cidade escura, uma cidade fria.

A única excepção até há pouco a estas visitas inconsequentes foi há alguns anos. Dois dias com o M.FAP, que me levou a conhecer os Clérigos, a Casa de Serralves e o Palácio de Cristal, e me apresentou a parte temática do Porto (I remember – Hope you do to).

E chegamos a este fim de semana. Até ao A.R..

Chegámos Sexta de madrugada e voltámos Sábado à tarde. Não saímos à noite, porque ele tinha trabalho bem cedo, e além disso a viagem de comboio tinha sido cansativa. Só de manhã demos uma volta pela cidade, volta necessariamente rápida, mas que me surpreendeu. Sobretudo pelo facto de encontrar em pormenores e lugares uma porta para um Porto mágico que pode bem ser o meu Porto de criança.


Foto 1 – Um Néctar, por favor!



Um Compal de lata… já não via um destes há muito tempo, ainda mais num café. Ainda mais especial porque as mesas do café tinham tampos amovíveis que serviam de bandeja e encaixavam na mesa propriamente dita.


Foto 2 – Café no Majestic



Café do Porto por excelência, o Majestic é exactamente isso: majestoso. A atmosfera é fantástica, o decór fabuloso. E um sítio com esta mística acaba por fazer mais sentido aqui do que em Lisboa.


Acabo por perceber que o meu conhecimento da Cidade Invicta se assemelha a um puzzle. Cada vez que a visito, trago um bocadinho mais comigo, mais uma peça. Por enquanto ainda só tenho uma visão parcial da imagem geral. Mas as peças que trouxe da última vez fizeram-me achar que se calhar até vou gostar mais do quadro completo do que julguei a início. Talvez porque goste tanto de quem mas proporcionou.

segunda-feira, maio 22, 2006

Aleluia!!??


Estes simpáticos senhores são os vencedores da edição deste ano do Festival Eurovisão da Canção.

Se não perceberam, eu digo outra vez.

Estes senhores, oriundos da Finlândia, são os vencedores da edição deste ano do Festival Eurovisão da Canção.

Com a canção "Hard Rock Hallelujah", Mr. Lordi e amigos ficaram à frente de outros 23 países finalistas. Na minha opinião, a canção nem era das piores mas também não tinha interesse especial. Esta vitória, embora diga respeito a um mero concurso musical, acaba por ser mais um reflexo do actual estado das coisas. O foco deixou de incidir sobre a qualidade das canções, e agora o importante é toda a encenação que rodeia a interpretação. Looks over content.

E que raio de país é a Finlândia, que acha piada a ser representada num certame internacional por um punhado de demónios a debitar hard rock? Pode ser muito à frente, mas se isto acontecesse em Portugal, podem ter a certeza que mesmo aqueles que nem ligam grande coisa ao estado político ou económico do país iam fazer escarcéu. Por muito que o orgulho nacional seja diminuto e a canção até tenha ganho, uma vitória nestes moldes, onde se vence por um truque publicitário e não por mérito artístico, deve ter um travozinho a amargo.

Nunca pensei dizer isto, mas minhas ricas Non Stop... Mesmo que as canções tenham o mesmo nível de qualidade, ao menos é muito menos doloroso olhar para elas.

domingo, maio 21, 2006

A noite dos museus

Ontem podia-se visitar qualquer museu em Lisboa fora de horas, numa iniciativa que visava comemorar o Dia dos Museus. E como era uma coisa diferente (e à borla), com direito a animação e tudo, lá decidimos experimentar uma visitinha.

Começámos pelo Museu Nacional dos Coches. Aí tínhamos como atracção uma banda, que tocava Blues. Não muito apropriado ao espaço em questão, mas ao mesmo tempo uma mistura agradável. Pena que tivéssemos chegado quase no fim da actuação, mas aproveitámos para ver a exposição propriamente dita. Que tem peças bastante interessantes, diga-se; não só coches, mas também algumas outras peças, pinturas e apetrechos vários relacionados com cavalos e carruagens. É um museu não muito grande, mas agradável.

Depois, e como a noite avançava, demos um salto ao Museu Nacional de Arqueologia, nos Jerónimos. Aí supostamente teríamos direito a visita guiada com guia privativo, mas aproximava-se a hora de fechar (que ontem foi à uma da manhã), e só tivemos tempo para uma visita relâmpago. Que também foi interessante. Tive pena de não ver tudo, e tenho de lá voltar.

Terminámos a noite dos museus num dos Claustros dos Jerónimos, onde se fazia uma mostra interactiva de danças tradicionais (que o meu pai teria adorado, mas que foi interessante para mim também), em conjunto com uma feira de produtos tradicionais. A ginginha era excelente, e o copo (de chocolate) melhor ainda.

Foi uma mudança de cenário interessante. Só é pena que tenha de haver iniciativas destas para que me obrigue a visitar os nossos museus. Em Barcelona, na semana que lá estive, visitei tantos museus como certamente já visitei em largos anos em Portugal. É puro comodismo, e estupidez. Podia aproveita muito mais. Mas não sou o único. No nosso país, infelizmente, essa é a regra. Com um património tão vasto como o que temos, é pena que a maioria simplesmente o ignore, e acabe por não conhecer o seu passado. É quase como ignorar quem foram os nossos pais...

quinta-feira, maio 18, 2006

Recarregar Baterias II

E depois há aqueles dias em que as coisas correm exactamente como deviam, e temos um jantar normalíssimo que é um bálsamo só pela companhia, e um serão sossegado que aconchega o íntimo.

Senti-me muito bem contigo ontem... como aliás tem sido a regra ultimamente.

quarta-feira, maio 17, 2006

Ser Verde


A 16 de Maio de 1990, há 16 anos atrás, deixou-nos Jim Henson.

Criador e força impulsionadora dos Marretas, Henson possuía um toque mágico, transformando marionetas em seres vivos, trazendo até nós um sentido de humor muito próprio, permeado de inocência até nos seus personagens mais extremos. Todo o seu trabalho reflectia amizade, magia, amor pelo que fazia; tudo isso passava para aqueles que como eu assistiam ao seu trabalho, e que foram de um modo ou de outro tocados por ele.

Uma prova da maneira positiva como Henson tocou o íntimo de muitos, se for necessária alguma, está nas cerimónias fúnebres que honraram a sua morte. Em perfeita harmonia com a sua vida, os seus colegas e amigos homenagearam-no da maneira que, tenho a certeza, ele teria achado a mais natural, como se pode ver por este relato:

"No final do funeral, Frank Oz falava. Subitamente, levantou a marioneta do Cocas e começou a cantar uma canção chamada “Uma Voz”. Todos os bonecreiros presentes, que afinal tinham trazido consigo as suas marionetas para a cerimónia fúnebre, revelaram-nas, e quando nos virámos e olhámos para trás, lá estavam cinquenta marionetas cantando também. Depois, o Big Bird desceu o corredor da Catedral de Saint Paul e todos eles avançaram, aquele grupo enorme de marionetas cantando em coro… Foi um acontecimento extraordinário..."

Também eu tenho Henson como parte da minha história, também uma parte dele está lá guardada. Os Marretas são uma das minhas mais antigas, senão a mais antiga, memória televisiva. Numa televisão ainda a preto e branco (e por favor, tentem ignorar o que isto diz acerca da minha idade) era levado aos bastidores de um espectáculo muito louco, que começava logo com um ponto alto no próprio genérico: muito antes de aparecer a corrida dos Simpsons para o seu sofá, houveram os momentos em que Gonzo, o Magnífico soprava o seu trompete, e o imprevisto hilariante acontecia, semana após semana. Desde Porcos no Espaço, as “piadas” do urso Fozzy, o Chefe Sueco, até aos Velhos no seu camarote que tudo demoliam com comentários corrosivos, tudo contribuía para me fascinar do princípio ao fim.

Quero agradecer a Jim Henson por ajudar a povoar o meu imaginário. E por transmitir mensagens que interessam não só a crianças, mas a todos nós, ainda e sempre.

Deixo no final deste post uma canção interpretada originalmente por Jim Henson, emprestando a voz ao seu personagem mais famoso, o sapo Cocas. É uma canção simples… e que me faz sentir bem comigo próprio. Espero que também faça o mesmo por vocês.


Bein' Green

It's not that easy bein' green
Having to spend each day the color of the leaves
When I think it could be nicer bein' red or yellow or gold
Or something much more colorful like that

It's not easy bein' green
It seems you blend in with so many other ordinary things
And people tend to pass you over 'cause you're
Not standin' out like flashy sparkles on the water
Or stars in the sky

But green is the color of Spring
And green can be cool and friendly-like
And green can be big like an ocean
Or important like a mountain
Or tall like a tree

When green is all there is to be
It could make you wonder why
But why wonder, why wonder?
I am green and it'll do fine
It's beautiful
And I think it's what I want to be

And green can be big like an ocean
Or important like a mountain
Or tall like a tree

When green is all there is to be
It could make you wonder why
But why wonder, why wonder?
I am green and it'll do fine
It's beautiful
And I think it's what I want to be

quinta-feira, maio 11, 2006

Recarregar Baterias

Depois de um dia inteiro sentado em frente a um computador, horas a fio fitando um monitor, chega-se à noite com um peso nos olhos, no corpo todo, e também na alma.

É preciso recarregar baterias. Ganhar energias para recomeçar na manhã seguinte, descansar e descontrair falando e trocando experiências com aqueles de quem gostamos.

Mas e quando a outra pessoa está num estado igual ou pior que o nosso? Quando dormiu pouco e passou todo o dia em comboios e correrias, ou então simplesmente está enervado porque esteve o dia todo em casa sem saber o que inventar mais e acaba por descarregar parte do seu desconforto em nós?

Quando digo descarregar, não quer dizer que grite, ou que esperneie. Significa apenas que na sua óptica os seus problemas tomam precedência sobre todo o resto.

É complicado. Temos de respirar fundo, e pensar antes de abrir a boca. Dizer a nós mesmos que o outro não está a ser insensível aos nossos problemas, está simplesmente a reagir aos seus e espera de nós o que à partida esperaríamos dele. Que noutra noite qualquer quereria ouvir tudo o que tivéssemos para dizer. Custa um bocadinho, mas por vezes é isso mesmo que acontece.

Nessas ocasiões, é bom lembrar que uma relação não são só beijos e brincadeiras. Que às vezes é preciso aparar os golpes do outro, tentar entendê-lo mesmo que isso signifique esquecer por uns momentos o nosso próprio cansaço. Se isso acontecer de ambos os lados, e não for exclusivo de uma das partes, é perfeitamente aceitável. Num mundo perfeito, todos se entenderiam automaticamente, mas no mundo real, há que tentar compreender, dar apoio, até relevar algumas palavras ditas para que as coisas resultem.

Talvez nessa noite sejamos nós a fazer o papel de ouvinte, mas se soubermos que quando a situação se inverter seremos ouvidos, podemos descansar.

segunda-feira, maio 08, 2006

Eu na TV

Quero agradecer aos senhores da produção do concurso “Em família” por terem avisado com tanta antecedência quando vai passar o programa em que participei.

Para quem estiver interessado em ver, ainda não avisaram… mas passou hoje.

Também não perderam muita coisa… a minha família não teve muito tempo de antena, porque os outros ganharam quase tudo. E das vezes que apareci, foi quase como figurante, porque não disse mais do que uma palavra de cada vez. É claro que mesmo assim posso ser contratado para fazer um filme mudo, caso estejam a pensar em realizar algum…

É que à boa tradição cá do je, cada vez que a câmara pousava em mim, lá estava eu com bichos carpinteiros, sem saber bem como estar. Ora punha as mãos atrás das costas, ora em cima da bancada, ora acenava enfaticamente a cada pergunta não dirigida do sr. Fernando Mendes… Um exemplo vivo de como se pode pensar que se está à vontade e depois de ver percebemos que afinal tínhamos eléctrodos miniatura a aplicar choques alternados de corrente contínua…

Ah, e a pergunta que me calhou em sorte ser o primeiro a responder tinha como resposta mais dada a palavra “seios”. Como podem ver, o destino conspirou contra mim. Podia ter-me saído alguma coisa que fizesse parte do meu círculo de interesses.

Lá em casa gravou-se o programa, amigos… mas não me parece que a auto-censura vá deixar passar a gravação para o exterior.

quinta-feira, maio 04, 2006

Cativa(ste)-me




"- Não posso ir brincar contigo - disse a raposa. - Não me cativaste...
(...)
O que é que «cativar» quer dizer?
- É uma coisa que toda a gente se esqueceu - disse a raposa. - Quer dizer que se está ligado a alguém, que se criaram laços com alguém.
- Laços?
- Sim, laços - disse a raposa. - Ora vê: por enquanto, para mim, tu não és senão um rapazinho perfeitamente igual a outros cem mil rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Por enquanto, para ti, eu não sou senão uma raposa igual a outras cem mil raposas. Mas, se tu me cativares, passamos a precisar um do outro. Passas a ser único no mundo para mim. E, para ti, eu também passo a ser única no mundo...
- Parece-me que estou a começar a perceber - disse o principezinho. - Sabes, há uma certa flor... tenho a impressão que me cativou...
- É bem possível - disse a raposa. - Vê-se cada coisa cá na terra...
(...)
- Tenho uma vida terrivelmente monótona. Eu, caço galinhas e os homens, caçam-me a mim. As galinhas são todas iguais umas às outras e os homens são todos iguais uns aos outros. Por isso, às vezes, aborreço-me um bocado. Mas, se tu me cativares, a minha vida fica cheia de Sol. Fico a conhecer uns passos diferentes de todos os outros passos. Os outros passos fazem-me fugir para debaixo da terra. Os teus hão-de chamar-me para fora da toca, como uma música. E depois, olha! Estás a ver, ali adiante, aqueles campos de trigo? Eu não como pão e, por isso, o trigo não me serve para nada. Os campos de trigo não me fazem lembrar de nada. E é uma triste coisa! Mas os teus cabelos são da cor do ouro. Então, quando eu estiver presa a ti, vai ser maravilhoso! Como o trigo é dourado, há-de fazer-me lembrar de ti. E hei-de gostar do barulho do vento a bater no trigo...
A raposa calou-se e ficou a olhar durante muito tempo para o principezinho.
- Por favor... cativa-me! - acabou finalmente por dizer.
- Eu bem gostava - respondeu o principezinho - mas não tenho muito tempo. Tenho amigos para descobrir e uma data de coisas para conhecer...
- Só conhecemos as coisas que cativamos - disse a raposa. - Os homens, agora, já não têm tempo para conhecer nada. Compram as coisas já feitas nos vendedores. Mas como não há vendedores de amigos, os homens já não têm amigos. Se queres um amigo, cativa-me!
- E o que é que é preciso fazer? - perguntou o principezinho.
- É preciso ter muita paciência. Primeiro, sentas-te um bocadinho afastado de mim, assim em cima da relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não dizes nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas todos os dias te podes sentar um bocadinho mais perto...
O principezinho voltou no dia seguinte.
- Era melhor teres vindo à mesma hora - disse a raposa. Se vieres, por exemplo, às quatro horas, às três, já eu começo a ser feliz. E quanto mais perto for da hora, mais feliz me sentirei. Às quatro em ponto já hei-de estar toda agitada e inquieta: é o preço da felicidade! Mas se chegares a uma hora qualquer, eu nunca saberei a que horas é que hei-de começar a arranjar o meu coração, a vesti-lo, a pô-lo bonito... São precisos rituais.
(...)
Foi assim que o pricipezinho cativou a raposa. E quando chegou a hora da despedida:
- Ai! - exclamou a raposa - Ai que me vou pôr a chorar...
- A culpa é tua - disse o principezinho. - Eu bem não queria que te acontecesse mal nenhum, mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Pois quis - disse a raposa.
- Mas agora vais-te pôr a chorar! - disse o principezinho.
- Pois vou - disse a raposa.
- Então não ganhaste nada com isso!
- Ai isso é que ganhei! - disse a raposa. - Por causa da cor do trigo...
- Anda, vai ver outra vez as rosas. Vais perceber que a tua é única no mundo. Quando vieres ter comigo, dou-te um presente de despedida: conto-te um segredo.
(...)
- Adeus...
- Adeus - disse a raposa. - Vou-te contar o tal segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos...
- O essencial é invisível para os olhos - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer.
- Foi o tempo que tu perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer.
- Os homens já se esqueceram desta verdade - disse a raposa. - Mas tu não te deves esquecer dela. Ficas responsável para todo o sempre por aquilo que cativas. Tu és responsável pela tua rosa...
- Sou responsável pela minha rosa... - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer."


O Principezinho, Antoine de Saint-Exupéry

terça-feira, maio 02, 2006