quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Assassino de Cereais

Não vale a pena estar com paninhos quentes. Esta segunda-feira, o meu lado escuro veio à tona. Sem dó nem piedade, assassinei selvaticamente diversas caixas de cereais! Não contente com isso, com elas expostas como troféus, saí pelas ruas, à procura de mais vítimas inocentes… e ai de qualquer Chocapic ou Muesli que se atravessasse no meu caminho!…

Acompanhado do Ah Elle, um guerreiro japonês de espada em riste, a fazer pendant com a minha faca de cozinha ensanguentada, acabei por ir tomar café com amigos (afinal, a vida não pode ser só matança). A chuva deve ter assustado as demais figuras estranhas, porque até chegarmos ao MG, mais tarde na noite, não vimos nenhuma. Ou se calhar foi medo de mim…

O café em si correu bem. O G. e o C. não desconfiaram das nossas tendências homicidas, nem ao de leve. Tenho a certeza que a recusa deles em nos acompanharem depois não teve nada a ver com o nosso ar macilento e os nossos olhares esgazeados. Nem com as armas sangrentas que trazíamos connosco.

Já na discoteca, o stock de figuras estranhas era aqui abundante. Haviam as pessoas normais, as normalmente estranhas e as completamente estranhas. Dessas, era aos pontapés (ou à facada - houveram alguns que era mesmo o que apetecia). Mas o sítio não estava tão, tão cheio que não nos conseguíssemos mexer, e a música na sua maioria até se comia. Com a companhia do Golfinho, munido de chapéu de cowboy, e do Forever’I, munido da cara que Deus lhe deu (num aparte, já estou farto de não ter actualizações tuas e qualquer dia assassino o link, ok?!?), tudo concorreu para que a noite fosse um sucesso.

Viemos para casa e, finalmente saciado, despi a minha nova pele. Mas… será que ficou por aqui? Ou será que terei sempre dentro de mim… um cereal killer?



sexta-feira, fevereiro 16, 2007

É uma pedra

Mas será que o tempo não se decide? Hoje já chove outra vez... Estou mesmo a ver que para andar actualizado, tenho de arranjar uma coisa destas...

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Descoberta

O espanto que me move,
O deslumbramento
É ter o mapa do teu ser,
E ser bússola,
E esquadro, e compasso.

Exploro, sulcando
Cada sopro, a cada passo,
Descobrindo algo novo
A cada volta, cada dia,
E descobrindo-te a meu lado a todo o instante.

O estranho disto tudo,
A descoberta que faço,
É saber que te conheço

Meu norte, meu amor, meu horizonte distante.



FELIZ DIA DE S. VALENTIM!

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Abanão Colectivo

Portugal tremeu hoje de manhã.

Eu estava sentado à secretária, compenetrado no que estava no monitor. Parcialmente, comecei a aperceber-me de qualquer coisa fora do normal, mas a minha atenção só se focou nisso uns segundos depois; a cadeira vibrava. Ao mesmo tempo que me apercebi disso, o meu colega disse “Eh, estão a sentir? Está tudo a tremer!” Passado um instante, parou. Mesmo no momento em que começava a ponderar se devia assustar-me. As outras colegas, que circulavam pelo escritório, não se aperceberam. Aqui, o sismo foi uma experiência unicamente masculina. Para mim, foi novidade porque hoje não houve margem para dúvida. Em sismos anteriores, tive de confiar na palavra de outros, porque não dei por nada.

Este abanão é um tipo de experiência que até é bom para a identidade nacional. Toda a gente pode comentar, toda a gente se pode sentir parte de algo. É melhor mesmo do que o futebol, porque a divisão dos clubes não se mete ao barulho. E ajuda a estimular a economia, pelo menos as telecomunicações. Toda a gente liga a seguir a perguntar “Sentiste?”. Por isso, na minha opinião e desde que não cause danos, um sismozito de vez em quando recomenda-se.

Desta vez não tenho razão para me sentir excluído. Portugal tremeu hoje de manhã, e eu tremi com ele.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Momento

Olhei para ti ontem. Estavas de roupão, encostado à bancada da cozinha, segurando a tua chávena enorme e amarela com ambas as mãos. E enquanto bebias o chá e falavas comigo só pensava em como tu, mais do que ninguém, pertencias ali ao meu lado.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Maquinodependência

O computador já voltou, não sem mais algumas peripécias e com a compra de uma nova drive de DVD a juntar ao resto. E voltou algo melhorado, com mais RAM, alguns programas novos e actualizações de outros tantos – nem tudo pode ser mau.

A falta que ele me fez durante este período é que deu para me pôr a pensar. Porque carga de água é que, depois de passar oito ou mais horas agarrado a um seu semelhante no escritório, a primeira coisa que faço ao chegar a casa é ligar o PC? Porque é isso que acontece invariavelmente.

Não cheguei a nenhuma conclusão satisfatória. Dizer que não tenho mais nada que possa fazer em casa é uma estupidez. Adoro ler, e tenho uns quantos livros em casa que ainda não li. A televisão mesmo ali ao lado debita uma quantidade de canais, e hoje em dia é raro sentar-me no sofá a olhar para ela. Podia desenhar, ou pintar, ou estar simplesmente a ouvir música. Isto para não falar em arrumar a casa ou alguma outra actividade produtiva. Mas não. Ligo-me à máquina, como qualquer outro periférico, e fico ali uma noite inteira.

Talvez o computador seja a nova televisão, que muitas vezes se liga quando estamos sozinhos só para fazer companhia. Neste sentido, é um upgrade... porque é supostamente interactivo, e acabamos por estar envolvidos em algo ainda que não estejamos a fazer absolutamente nada. É claro que esta interacção é muitas vezes artificial e implica não estar a fazer algo significante, mas que importa? Desde que estejamos ocupados...

O único conforto é que apesar da actividade solitária, não estou sozinho. Há um vasto número de pessoas que faz exactamente isto, estar horas a fio agarrado ao teclado, um número crescente, a começar pelas novas gerações. Posso constatar isso pelo meu irmão e pela quantidade de contactos que o bombardeiam no Messenger e afins todas as noites. Como a maior parte deles, tornei-me computador-dependente... e fatalmente logo serei mais um membro do grupo daqueles que têm o computador tão impregnado no seu dia a dia que já nem questionam porquê.

:(