segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Abanão Colectivo

Portugal tremeu hoje de manhã.

Eu estava sentado à secretária, compenetrado no que estava no monitor. Parcialmente, comecei a aperceber-me de qualquer coisa fora do normal, mas a minha atenção só se focou nisso uns segundos depois; a cadeira vibrava. Ao mesmo tempo que me apercebi disso, o meu colega disse “Eh, estão a sentir? Está tudo a tremer!” Passado um instante, parou. Mesmo no momento em que começava a ponderar se devia assustar-me. As outras colegas, que circulavam pelo escritório, não se aperceberam. Aqui, o sismo foi uma experiência unicamente masculina. Para mim, foi novidade porque hoje não houve margem para dúvida. Em sismos anteriores, tive de confiar na palavra de outros, porque não dei por nada.

Este abanão é um tipo de experiência que até é bom para a identidade nacional. Toda a gente pode comentar, toda a gente se pode sentir parte de algo. É melhor mesmo do que o futebol, porque a divisão dos clubes não se mete ao barulho. E ajuda a estimular a economia, pelo menos as telecomunicações. Toda a gente liga a seguir a perguntar “Sentiste?”. Por isso, na minha opinião e desde que não cause danos, um sismozito de vez em quando recomenda-se.

Desta vez não tenho razão para me sentir excluído. Portugal tremeu hoje de manhã, e eu tremi com ele.

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