Ainda há gente que vibra com o Papa. Pensei que não, mas há. Basta ver os ajuntamentos que encheram os espaços públicos nos últimos dias em Portugal, só para ver o Papa, para lhe acenar.
A meu ver, só há uma explicação: o Papa, longe dos dias em que representava a instituição Igreja e os valores em que esta assenta, é hoje considerado o socialite supremo, o expoente máximo da figura pública.
Senão, vejamos: como uma estrela de cinema, viaja com a sua própria entourage e guarda-costas. Como um primeiro ministro, discursa para imensas multidões. Como um top model, os maiores criadores competem para que ele desfile com as suas criações. Como um magnata, viaja no seu próprio jacto e tem uma colecção de arte de bradar aos céus. Como Hugh Hefner, tem 80 e tal anos e mesmo assim todas as meninas lhe querem beijar a mão.
E mais: como herói de banda desenhada, o Papa viaja no seu próprio veículo temático. Quem é que pode superar isto? É difícil imaginar um indivíduo com mais star power! Não admira que seja tão apaparicado(!)... Chefe da Igreja Católica? Sim, também é. Mas muito mais do que isso, o artista anteriormente conhecido como Ratzinger é uma forma de escape puro, tal e qual a Lili Caneças. É um distribuidor de camisas tigresse à escala mundial, que faz comentários muitas vezes tão inanes ou estapafúrdios como os da querida Maria Alice. E o povo adora uma boa Lili. Mesmo que seja uma Lili que efectivamente tem posses e que não traz os pastéis de bacalhau na carteira na volta das festas.
Quando crescer, quero ser o Papa. Parece-me um emprego com futuro. Só não me peçam é para rezar missa. O cheiro do incenso faz-me dor de cabeça.
Sem comentários:
Enviar um comentário