domingo, janeiro 29, 2006

Já pegou?...



Por esta altura já passou na televisão o programa… Ainda não vi, mas pedi para gravar… tanto para ver se me vejo a mim ou à mana como para perceber se vai resultar como concurso ou não. Voltemos ao relato.

Os vinte e seis concorrentes que compunham o sector vencedor passaram à fase seguinte, a fase das perguntas, onde apesar de tudo sempre convém saber mais que os outros. Se bem que à sorte também funcione, como era o caso do simpático André, que (quase) passou à final. Mas antes estivemos à espera um bom bocado que 26 almas tivessem um sound check individual dos seus microfones. Por esta altura já havia uma confraria de várias pessoas à minha volta que reclamava animadamente, muitas vezes apenas por princípio (eu inclusive – as desgraças unem muito as pessoas, e soltam línguas).
As regras desta parte do concurso estão um bocado mal explicadas. Pelo menos na gravação, não fazíamos ideia quem ia à frente, apesar do Unas dizer “Você foi a mais rápida” ou “Muito bem, Ana!”. E foi assim que fomos informados que já haviam duas escolhidas para passar à semi-final.
Mais tempo. As raparigas foram ser maquilhadas. Pelo menos uma delas bem que precisava. Fiquei com mais respeito pelo trabalho dos caracterizadores depois de ver o resultado final.
Vamos então saber coisas sobre a vida das finalistas. Parece que vamos passar mais um bocado com elas. Ou não.
É aqui que as coisas se tornam ainda mais estranhas. Até este ponto, cada eliminatória decidia-se com várias perguntas, talvez não as mais inteligentes, mas pronto. Agora, o jogo era outro: a decisão depende de uma única pergunta (!), uma... conta. Diga lá quanto é 220 x 2 – 12, depressa e bem, e vai abrir malas. Erre, e vá para casa.
A moça carregou primeiro, engasgou-se no resultado. E foi para casa.
Ficou a algarvia. Entraram as malas. Passámos à fase final do concurso.

Naturalmente, não foi assim tão instantâneo. A acompanhante teve de ser maquilhada também. Mais uma boa demora. E tiveram de desalojar um casal do seu lugar para ela se poder sentar frente às câmaras (para o tal lugar que devia ter sido meu, meu!).

A mecânica é a seguinte: existem 26 malas, com diferentes quantias em dinheiro, de 1 cêntimo a 300.000€. O concorrente escolhe uma, que fica a ser a sua mala. A partir daí vai abrindo malas, primeiro seis, depois cinco, e assim sucessivamente. Cada vez que se acaba de abrir uma série, é oferecida uma quantia para ficar por ali, que tem a ver com o dinheiro que ainda resta nas malas por abrir. Se aceitar, o jogo acaba. Se for até ao fim, ganha o que estiver na que escolheu inicialmente.

Esta negociação desenrolou-se. Relativamente rápido, graças aos céus. O telefone de modelito ultrapassado como uma tartaruga na auto-estrada tocou várias vezes, atendido com malabarismos por parte do nosso anfitrião da noite. A finalista (esquece-me o nome dela; se alguém fizer questão de saber ligue para a produtora) decidiu ficar pela oferta de 25.000€, que já é uma bela quantia, apesar de toda a gente na plateia gritar “Larga! Larga!”. Acho que a plateia gritaria “Larga!” até à última mala. É sempre mais fácil arriscar o que é dos outros. Infelizmente para ela, com a simulação da continuação do jogo, comprovou-se que poderia ter ganho até mais de 90.000€. Paciência. Não se adivinha, não é?

Trouxeram o cheque para ela. A amiga acompanhante veio até ao plateau, para a felicitar. Trocaram beijinhos e já o macho do meu vizinho do lado dizia que o dinheiro era mal empregue; afinal ia financiar a lua de mel das duas mocinhas. Enfim, mais uma prova que os homens só pensam em mulheres e sexo, e muitas vezes em mulheres a ter sexo umas com as outras. Ah, e também pensam e carros e em futebol, mas não sei como encaixar isso aqui.

Foi o fim do programa e da gravação. Era 1h da manhã. Eu e a mana voltámos ao autocarro, fizemos o caminho de volta, chegámos a casa por volta das 2h30, depois de 500 anos à procura de estacionamento e de ter deixados os carros em cascos de rolha.

Balanço da experiência: gostei. Houveram partes maçadoras, principalmente os compassos de espera. Mas foi uma noite diferente. E uma vez que a mana vai lá voltar, pelo menos mais uma vez, não está tudo perdido… Ainda posso vir a ficar no lugar de honra do acompanhante.

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