Am I all alone in the universe?
There's no love on these streets
I have given mine away to a world that didn't want it anyway
So this is my new freedom
It's funny
I don't remember being chained
But nothing seems to make sense anymore
Without you I'm always twenty minutes late
Savage Garden
segunda-feira, janeiro 30, 2006
domingo, janeiro 29, 2006
Já pegou?...
Por esta altura já passou na televisão o programa… Ainda não vi, mas pedi para gravar… tanto para ver se me vejo a mim ou à mana como para perceber se vai resultar como concurso ou não. Voltemos ao relato.
Os vinte e seis concorrentes que compunham o sector vencedor passaram à fase seguinte, a fase das perguntas, onde apesar de tudo sempre convém saber mais que os outros. Se bem que à sorte também funcione, como era o caso do simpático André, que (quase) passou à final. Mas antes estivemos à espera um bom bocado que 26 almas tivessem um sound check individual dos seus microfones. Por esta altura já havia uma confraria de várias pessoas à minha volta que reclamava animadamente, muitas vezes apenas por princípio (eu inclusive – as desgraças unem muito as pessoas, e soltam línguas).
As regras desta parte do concurso estão um bocado mal explicadas. Pelo menos na gravação, não fazíamos ideia quem ia à frente, apesar do Unas dizer “Você foi a mais rápida” ou “Muito bem, Ana!”. E foi assim que fomos informados que já haviam duas escolhidas para passar à semi-final.
Mais tempo. As raparigas foram ser maquilhadas. Pelo menos uma delas bem que precisava. Fiquei com mais respeito pelo trabalho dos caracterizadores depois de ver o resultado final.
Vamos então saber coisas sobre a vida das finalistas. Parece que vamos passar mais um bocado com elas. Ou não.
É aqui que as coisas se tornam ainda mais estranhas. Até este ponto, cada eliminatória decidia-se com várias perguntas, talvez não as mais inteligentes, mas pronto. Agora, o jogo era outro: a decisão depende de uma única pergunta (!), uma... conta. Diga lá quanto é 220 x 2 – 12, depressa e bem, e vai abrir malas. Erre, e vá para casa.
A moça carregou primeiro, engasgou-se no resultado. E foi para casa.
Ficou a algarvia. Entraram as malas. Passámos à fase final do concurso.
Naturalmente, não foi assim tão instantâneo. A acompanhante teve de ser maquilhada também. Mais uma boa demora. E tiveram de desalojar um casal do seu lugar para ela se poder sentar frente às câmaras (para o tal lugar que devia ter sido meu, meu!).
A mecânica é a seguinte: existem 26 malas, com diferentes quantias em dinheiro, de 1 cêntimo a 300.000€. O concorrente escolhe uma, que fica a ser a sua mala. A partir daí vai abrindo malas, primeiro seis, depois cinco, e assim sucessivamente. Cada vez que se acaba de abrir uma série, é oferecida uma quantia para ficar por ali, que tem a ver com o dinheiro que ainda resta nas malas por abrir. Se aceitar, o jogo acaba. Se for até ao fim, ganha o que estiver na que escolheu inicialmente.
Esta negociação desenrolou-se. Relativamente rápido, graças aos céus. O telefone de modelito ultrapassado como uma tartaruga na auto-estrada tocou várias vezes, atendido com malabarismos por parte do nosso anfitrião da noite. A finalista (esquece-me o nome dela; se alguém fizer questão de saber ligue para a produtora) decidiu ficar pela oferta de 25.000€, que já é uma bela quantia, apesar de toda a gente na plateia gritar “Larga! Larga!”. Acho que a plateia gritaria “Larga!” até à última mala. É sempre mais fácil arriscar o que é dos outros. Infelizmente para ela, com a simulação da continuação do jogo, comprovou-se que poderia ter ganho até mais de 90.000€. Paciência. Não se adivinha, não é?
Trouxeram o cheque para ela. A amiga acompanhante veio até ao plateau, para a felicitar. Trocaram beijinhos e já o macho do meu vizinho do lado dizia que o dinheiro era mal empregue; afinal ia financiar a lua de mel das duas mocinhas. Enfim, mais uma prova que os homens só pensam em mulheres e sexo, e muitas vezes em mulheres a ter sexo umas com as outras. Ah, e também pensam e carros e em futebol, mas não sei como encaixar isso aqui.
Foi o fim do programa e da gravação. Era 1h da manhã. Eu e a mana voltámos ao autocarro, fizemos o caminho de volta, chegámos a casa por volta das 2h30, depois de 500 anos à procura de estacionamento e de ter deixados os carros em cascos de rolha.
Balanço da experiência: gostei. Houveram partes maçadoras, principalmente os compassos de espera. Mas foi uma noite diferente. E uma vez que a mana vai lá voltar, pelo menos mais uma vez, não está tudo perdido… Ainda posso vir a ficar no lugar de honra do acompanhante.
sexta-feira, janeiro 27, 2006
...Ou Largar?
Rui Unas. Vinte e seis modelos em trajes reduzidos com malas de dinheiro. Cento e cinquenta e seis concorrentes e respectivos acompanhantes aos gritos.
É o Pegar ou Largar!
Já tinha ido a gravações de programas antes. Tudo concursos. Mas já foi há algum tempo; o primeiro tinha sido ainda estava nos primeiros tempos da secundária. Claro que nunca fui participar, apenas assistir.
Mas este foi diferente. Este tem uma logística distinta dos anteriores. Não há meia dúzia de concorrentes, mas sim mais de 150. Cento e cinquenta e seis pessoas, a dobrar porque cada uma leva um acompanhante! Um feito conseguir que toda aquela gente vá ter ao estúdio, seja alimentada, se sente ordeiramente nos seus lugares, e depois colabore no programa com boa disposição.
Vamos por partes. Fui ter com a mana a Lisboa, e consegui chegar a horas(!) para embarcar num dos autocarros que nos levaram aos estúdios onde o programa foi gravado. Foi uma viagem de meia hora, sem incidentes, onde deu para perceber que vinha pessoal do Porto ou de Portimão, por exemplo, para participar no programa. Gandas malucos!
Chegámos ao recinto da produtora, onde nos esperava uma tenda, tipo casamento, onde nos deram uma sopita e um farnel. O pessoal parecia que estava na tropa, tudo na fila para receber a malga de sopa (Juliana. Bastante comestível). Aí a mana teve de preencher uma autorização a ceder os direitos de imagem. Eu não assinei; acho que depois de me ver na televisão vou tentar processar a produtora e sacar-lhes montes de dinheiro.
Depois de uma boa espera, levaram-nos até ao estúdio. Por fora parece um hangar. E é grande. Não tão grande como vai parecer na televisão, claro. O decór tem a sua piada, com alguns jogos de luzes (no mesmo estúdio estava guardado o cenário do programa do Herman – que ao vivo ainda parece mais pindérico).
Faço aqui um aparte para dar uma vez mais graças por não ser mulher. Tive de ir à casa de banho e a fila para o WC feminino era do tamanho da dívida externa de vários países sul-americanos combinados.
Finalmente, toda a gente sentada nos seus lugares. Tudo bem disposto mas ainda um bocado morno; aí entra o animador de serviço, ali exactamente para descontrair o ambiente e fazer o pessoal bater palmas e gritar nas alturas certas. E depois de tanto bater palmas na deixa, no final da noite estava com as mãos em brasa.
Por falar em brasas (ao que uma pessoa desce para escrever um texto com interligações inteligentes!) a primeira cena a ser gravada foi a das meninas a entrar com as suas malas, em fila indiana e arrumando-se no palco, culminando com a entrada do anfitrião. Ovação em pé, gritos e tudo. Tudo espontaneamente orquestrado. E repetido, porque uma das meninas tropeçou ao sair. C’est la vie.
Logo começámos a participar. O inefável Unas fez perguntas a que os concorrentes respondiam carregando num comando, bancada azul contra bancada vermelha. Nós, na qualidade de acompanhantes, podíamos apenas aconselhar.
A mana ficou logo por aqui. Ganhou a outra bancada. Nesta fase do jogo (como aliás no concurso quase todo) o saber individual de cada pessoa tem pouco a ver com a passagem à próxima fase; a sorte é que manda. Sorte de os companheiros de bancada não serem burros. Sorte de conseguir carregar mais cedo do que os outros. Sorte de acertar nas (poucas) perguntas que realmente contam, porque as outras são tão fáceis que toda a gente acerta.
Assim, com a bancada azul with the blues (mais um trocadilho de grande gabarito e internacional, ainda por cima) por ter perdido, passaram a degladiar-se os sectores 1, 2 e 3, que compunham a bancada vermelha. Não digo o resultado para manter o suspense para quem por acaso quiser ver, mas não foi o 2 que ganhou. Nem o 3.
E ainda não acabou...
É o Pegar ou Largar!
Já tinha ido a gravações de programas antes. Tudo concursos. Mas já foi há algum tempo; o primeiro tinha sido ainda estava nos primeiros tempos da secundária. Claro que nunca fui participar, apenas assistir.
Mas este foi diferente. Este tem uma logística distinta dos anteriores. Não há meia dúzia de concorrentes, mas sim mais de 150. Cento e cinquenta e seis pessoas, a dobrar porque cada uma leva um acompanhante! Um feito conseguir que toda aquela gente vá ter ao estúdio, seja alimentada, se sente ordeiramente nos seus lugares, e depois colabore no programa com boa disposição.
Vamos por partes. Fui ter com a mana a Lisboa, e consegui chegar a horas(!) para embarcar num dos autocarros que nos levaram aos estúdios onde o programa foi gravado. Foi uma viagem de meia hora, sem incidentes, onde deu para perceber que vinha pessoal do Porto ou de Portimão, por exemplo, para participar no programa. Gandas malucos!
Chegámos ao recinto da produtora, onde nos esperava uma tenda, tipo casamento, onde nos deram uma sopita e um farnel. O pessoal parecia que estava na tropa, tudo na fila para receber a malga de sopa (Juliana. Bastante comestível). Aí a mana teve de preencher uma autorização a ceder os direitos de imagem. Eu não assinei; acho que depois de me ver na televisão vou tentar processar a produtora e sacar-lhes montes de dinheiro.
Depois de uma boa espera, levaram-nos até ao estúdio. Por fora parece um hangar. E é grande. Não tão grande como vai parecer na televisão, claro. O decór tem a sua piada, com alguns jogos de luzes (no mesmo estúdio estava guardado o cenário do programa do Herman – que ao vivo ainda parece mais pindérico).
Faço aqui um aparte para dar uma vez mais graças por não ser mulher. Tive de ir à casa de banho e a fila para o WC feminino era do tamanho da dívida externa de vários países sul-americanos combinados.
Finalmente, toda a gente sentada nos seus lugares. Tudo bem disposto mas ainda um bocado morno; aí entra o animador de serviço, ali exactamente para descontrair o ambiente e fazer o pessoal bater palmas e gritar nas alturas certas. E depois de tanto bater palmas na deixa, no final da noite estava com as mãos em brasa.
Por falar em brasas (ao que uma pessoa desce para escrever um texto com interligações inteligentes!) a primeira cena a ser gravada foi a das meninas a entrar com as suas malas, em fila indiana e arrumando-se no palco, culminando com a entrada do anfitrião. Ovação em pé, gritos e tudo. Tudo espontaneamente orquestrado. E repetido, porque uma das meninas tropeçou ao sair. C’est la vie.
Logo começámos a participar. O inefável Unas fez perguntas a que os concorrentes respondiam carregando num comando, bancada azul contra bancada vermelha. Nós, na qualidade de acompanhantes, podíamos apenas aconselhar.
A mana ficou logo por aqui. Ganhou a outra bancada. Nesta fase do jogo (como aliás no concurso quase todo) o saber individual de cada pessoa tem pouco a ver com a passagem à próxima fase; a sorte é que manda. Sorte de os companheiros de bancada não serem burros. Sorte de conseguir carregar mais cedo do que os outros. Sorte de acertar nas (poucas) perguntas que realmente contam, porque as outras são tão fáceis que toda a gente acerta.
Assim, com a bancada azul with the blues (mais um trocadilho de grande gabarito e internacional, ainda por cima) por ter perdido, passaram a degladiar-se os sectores 1, 2 e 3, que compunham a bancada vermelha. Não digo o resultado para manter o suspense para quem por acaso quiser ver, mas não foi o 2 que ganhou. Nem o 3.
E ainda não acabou...
quarta-feira, janeiro 25, 2006
Vai Pegar...
Devido a dificuldades técnicas (no net at work), não postei o seguinte ontem. O que realmente se passou lá vem mais tarde...
A mana pediu-me para ir hoje com ela a mais um concurso. É a nova sensação da SIC, o Pegar ou Largar, com o infame Rui Unas, o sr. Cabaret da Coxa. Aceitei, porque pensei que a minha função como acompanhante seria só mesmo isso: ir acompanhar. Mas ontem à noite percebi que afinal tenho de me sentar no meio do maranhal, em frente às câmeras. Que, se por um acaso, a mana for a finalista, vou ficar numa bancada especial com um holofote apontado em cheio para mim, a dar-lhe conselhos sobre quantias de dinheiro (supostamente) elevadas. E desconfio que também vou ter de falar com o Unas, em diferido e a cores. Com os meus problemas em falar em público (ou seja, com alguém!), nem quero pensar nesta hipótese.
Claro que vou torcer para a mana conseguir chegar ao final do programa. Era muito giro ela conseguir ser a primeira no meio de tanta gente. E davam jeito as massas que se podem ganhar. Mas ficar nas luzes da ribalta assim de chofre, ali, eu e as câmeras... Podia ser o tratamento de choque que me anda a fazer falta ultimamente. Ou não; podia ser apenas uma situação completamente stressante. Era um ou vai ou racha. Um pegar ou largar...
A mana pediu-me para ir hoje com ela a mais um concurso. É a nova sensação da SIC, o Pegar ou Largar, com o infame Rui Unas, o sr. Cabaret da Coxa. Aceitei, porque pensei que a minha função como acompanhante seria só mesmo isso: ir acompanhar. Mas ontem à noite percebi que afinal tenho de me sentar no meio do maranhal, em frente às câmeras. Que, se por um acaso, a mana for a finalista, vou ficar numa bancada especial com um holofote apontado em cheio para mim, a dar-lhe conselhos sobre quantias de dinheiro (supostamente) elevadas. E desconfio que também vou ter de falar com o Unas, em diferido e a cores. Com os meus problemas em falar em público (ou seja, com alguém!), nem quero pensar nesta hipótese.
Claro que vou torcer para a mana conseguir chegar ao final do programa. Era muito giro ela conseguir ser a primeira no meio de tanta gente. E davam jeito as massas que se podem ganhar. Mas ficar nas luzes da ribalta assim de chofre, ali, eu e as câmeras... Podia ser o tratamento de choque que me anda a fazer falta ultimamente. Ou não; podia ser apenas uma situação completamente stressante. Era um ou vai ou racha. Um pegar ou largar...
domingo, janeiro 22, 2006
Prognósticos, só no fim do jogo
O jogo de cartas correu bem. Fiquei em 15º lugar num total de 90. Nada de especial, mas pelo menos não fiquei no fundo da tabela. É claro que não fui lá para ganhar, mas uma pessoa sempre gosta mais um pouco se não perder os jogos todos...
Foi cansativo. Passei o dia inteiro numa cave, até às 9.30 da noite. O meu alimento durante o dia foi um saco de bolos entre rondas, porque não havia intervalo para almoço. De tanto estar sentado, nas últimas rondas já era difícil arranjar posição. E a cabeça também já estava cansada, mais para o fim. Tornava-se difícil concentrar-me.
Mas gostei, como de costume. Foi um dia a fazer uma coisa que gosto de fazer, uma mudança de cenário. Joguei com pessoal simpático, que estava lá também para se divertir; às vezes apanha-se um estúpido ou outro que é picuínhas ao máximo com as regras e só está ali para ganhar a toda a força, mas não foi o caso. Puxei pela cabeça para fazer um baralho que pudesse safar-se (as cartas que me calharam não ligavam muito bem), mas consegui. Até não ficou muito mau. :) E os jogos em si foram divertidos, os dois lados a puxar pela cabeça e às vezes fazendo jogadas que deixavam o outro a pensar "Hei, isso foi giro! Nunca me teria lembrado disso!".
O balanço final é positivo. Diverti-me. A próxima vez é daqui a 4 meses. E eu vou lá estar.
Foi cansativo. Passei o dia inteiro numa cave, até às 9.30 da noite. O meu alimento durante o dia foi um saco de bolos entre rondas, porque não havia intervalo para almoço. De tanto estar sentado, nas últimas rondas já era difícil arranjar posição. E a cabeça também já estava cansada, mais para o fim. Tornava-se difícil concentrar-me.
Mas gostei, como de costume. Foi um dia a fazer uma coisa que gosto de fazer, uma mudança de cenário. Joguei com pessoal simpático, que estava lá também para se divertir; às vezes apanha-se um estúpido ou outro que é picuínhas ao máximo com as regras e só está ali para ganhar a toda a força, mas não foi o caso. Puxei pela cabeça para fazer um baralho que pudesse safar-se (as cartas que me calharam não ligavam muito bem), mas consegui. Até não ficou muito mau. :) E os jogos em si foram divertidos, os dois lados a puxar pela cabeça e às vezes fazendo jogadas que deixavam o outro a pensar "Hei, isso foi giro! Nunca me teria lembrado disso!".
O balanço final é positivo. Diverti-me. A próxima vez é daqui a 4 meses. E eu vou lá estar.
sábado, janeiro 21, 2006
Encartado
Amanhã de manhã tenho de me levantar cedo. Provavelmente vou-me levantar antes da hora a que acordo aos dias de semana. E para quê, levantar-me tão cedo a um Sábado?
Ora, para ir jogar às cartas, claro.
Há uns anos, andava eu na faculdade, cruzei-me com um jogo um bocado estranho para a altura. Uns tipos lá do sítio andavam com uns baralhos de cartas que não lembravam nada o jogo da sueca. Cada um desses baralhos tinha cartas diferentes, com desenhos fantásticos, e com palavreado que para mim na altura queria dizer muito pouco.
Vi-os jogar uma ou duas vezes. Aquilo interessou-me; sempre fui virado para a fantasia, para criações que nada tinham a ver com a realidade. E ali estava um jogo que juntava essa vertente com uma parte táctica. Tinha de se pensar para ganhar. Tinha que se ser mais esperto do que o adversário. E eu, que nunca fui muito dado a competições porque sempre fui uma nódoa a desportos físicos, podia jogar.
Comprei um starter deck, basicamente um conjunto aleatório de cartas, e com elas fiz o meu primeiro baralho. Não era grande coisa. Com tão poucas cartas por onde escolher, e com a minha experiência nula para perceber o que escolher, não admira. Mas era o meu baralho. Agora podia experimentar, jogar com os outros. E foi o que fiz.
Tirando os meus colegas de turma, os meus parceiros de Magic: The Gathering devem ter sido as únicas pessoas com que me relacionei na faculdade. E era excelente, juntar-me a eles horas no bar ou num dos átrios a jogar ou a trocar cartas. Era um hobby partilhado, um elo em comum com outras pessoas que gostavam de fazer o mesmo que eu. Nessa altura, isso tinha uma importância extrema. Era a sensação de pertencer a um grupo. A maior parte das pessoas tem essa fase mais cedo, no início da adolescência. Eu nunca tive. Sempre fui extremamente fechado. E como tinha outras partes da minha vida que não podia partilhar com ninguém, o que me fazia fechar ainda mais, talvez essa junção a um colectivo me tenha ajudado a manter um contacto social, se não activo, pelo menos descontraído.
Joguei. Comecei a comprar mais cartas, a aperfeiçoar baralhos e estratégias. Encontrei uma loja que era quase um clube de jogos, que passei a frequentar. Os donos eram porreiros, um deles era uma rapariga lindíssima que gostava de jogar (!) e seria das poucas que me levaria por maus caminhos (ai, Maria, Maria... :) ). Foi uma boa época.
A faculdade acabou. Há algum (bastante) tempo. A minha vida mudou, como é óbvio, e tempo e parceiros para jogar começaram a escassear. Deixei de comprar cartas a torto e a direito (o dinheiro que eu gastei em cartas!... que se lixe, tirei muito prazer delas) e deixei de fazer baralhos. Mas o bichinho ficou. Ainda gosto de jogar, de descobrir novas cartas, até de fingir que aqueles rectângulos de cartão em cima da mesa são criaturas verdadeiras que lutam umas com as outras em batalhas fantásticas.
Como fazer então, para jogar de vez em quando, para matar as saudades? Acabei por arranjar uma solução.
De tempos a tempos (geralmente de 4 em 4 meses) são lançadas novas cartas. No total, existem já largos milhares de cartas diferentes. Cada vez que é lançada uma nova expansão, fazem-se eventos de lançamento, os chamados pre-releases, com as cartas novas. E estes torneios funcionam numa base de sealed decks, ou seja, cada participante usa não cartas que trouxe de casa, mas cartas fornecidas pela organização (e que depois ficam para cada um), sendo o baralho com que cada um joga feito na altura. Pronto. Igualdade de circunstâncias para todos. Nada de trazer baralhos ultra-sofisticados. Nada de ter de comprar dezenas de starter decks e boosters para ter as cartas necessárias para um baralho afinado ao pormenor. Só perícia para retirar do conjunto de cartas que nos calharam em sorte um baralho que seja melhor que o dos outros. E o divertimento de perceber as mil e uma combinações das novas cartas entre si à medida que se vai jogando.
E pronto, é aí que eu vou estar daqui a umas horas. A comandar dragões, anjos e guerreiros numa batalha de proporções épicas. Ou a ser esmagado por uma horda de esquilos sanguinários. Nessas coisas, nunca se sabe.
Magic: The Gathering
quarta-feira, janeiro 18, 2006
Let's get physical
Hoje voltei ao ginásio, depois de um mês e tal sem lá pôr os pés. Foi bom. Por duas horas fiz o que já não fazia há umas semanas, que foi esvaziar a minha cabeça de todos os pensamentos que ainda assombram a maior parte dos meus dias.
Cansei o corpo. Acalmei a mente. Custou porque um mês e tal enferruja. Foi óptimo porque a cabeça precisava de um relax.
E lavei as vistas. A vista é uma coisa muito importante num ginásio. :)
Cansei o corpo. Acalmei a mente. Custou porque um mês e tal enferruja. Foi óptimo porque a cabeça precisava de um relax.
E lavei as vistas. A vista é uma coisa muito importante num ginásio. :)
domingo, janeiro 15, 2006
sexta-feira, janeiro 13, 2006
13 and counting
A culpa é do Bush
Na dúvida, devemos assumir que todos os males do Mundo são da responsabilidade desse simpático senhor, o Presidente dos Estados Unidos, George Bush.
Assim, e como me apetece descarregar em alguém, nada melhor do que dar-lhe uns tabefes, não é?
O Mundo agradece! :)
Assim, e como me apetece descarregar em alguém, nada melhor do que dar-lhe uns tabefes, não é?
O Mundo agradece! :)
quarta-feira, janeiro 11, 2006
Mais
O dia acabou agora.
Ainda bem.
Porque já não tinha espaço para mais.
Mais desilusão.
Mais falta de vontade de andar para a frente.
Mais degraus íngremes.
Mais nada.
Ainda bem.
Porque já não tinha espaço para mais.
Mais desilusão.
Mais falta de vontade de andar para a frente.
Mais degraus íngremes.
Mais nada.
sábado, janeiro 07, 2006
31 and counting
Sei lá, hoje faço anos mas não me apetece fazer um balanço da minha vida até aqui... Nos últimos tempos as coisas têm andado agrestes... em várias frentes... mas pelo menos tenho os meus amigos, que me dão todo o apoio que eu podia esperar e mais algum. Àqueles que se incluem nesta categoria, só quero dizer que os adoro e que me estão a dar muita força.
Amigos... não podia provavelmente falar nisso há alguns anos atrás, porque foi coisa que nunca deixei chegar até mim (com algumas excepções, claro, mas mesmo esses(as) só viam parte da minha vida porque eu as mantinha de fora). Mas eles vieram, e agora são parte de mim. Hoje tenho duas famílias. A minha família original, que adoro e não sei o que faria se não estivesse lá (e que me dá tanta força, apesar de na maioria ser mantida no escuro sobre algumas coisas...). E a outra, a adoptiva, de gente que é o meu mundo, a minha estrutura,um porto de abrigo. Se o passar dos anos nos possibilita trazer para a nossa vida pessoas que passam a significar tanto, então... venham mais uns quantos!
quinta-feira, janeiro 05, 2006
Um novo ano
“De tudo, ficaram três coisas:
A certeza de que estamos sempre começando...
A certeza de que precisamos continuar...
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar...
Portanto, devemos:
Fazer da interrupção, um caminho novo...
Da queda, um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro...”
(atribuído a Fernando Pessoa)
E assim começo...
A certeza de que estamos sempre começando...
A certeza de que precisamos continuar...
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar...
Portanto, devemos:
Fazer da interrupção, um caminho novo...
Da queda, um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro...”
(atribuído a Fernando Pessoa)
E assim começo...
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