Era uma árvore.
Só uma árvore. | Só uma árvore.
Na sua sombra | Na sua sombra
Nunca descansou um pobre | Nunca descansou um herói
Nem suspiraram aversos | Nem recitaram versos
Pedintes dessa selva. | Ninfas da floresta.
Só uma árvore | Só uma árvore
Sem consciência que a gerasse | Sem mão alva que a plantasse
Mais um acaso da Natureza | Como tributo à Natureza
Sem carinho que a afagasse | Ou carinho que a regasse
Quando era uma incerteza | Quando era uma incerteza
Que vingasse. | Que vingasse.
Quase nem uma | Apenas uma
No meio de tantas árvores | No meio de muitas árvores
Mais alto | Mais altas
Mais magras, sem beleza | Mais esguias, com beleza
Sujeita ao tempo, | Sujeita a ventos,
Ao passar de tempo incessante | E ao passar de tempo constante
E à indiferença | E à indiferença
De qualquer transeunte | De qualquer caminhante
Que passasse. | Que a olhasse.
Mas todos os dias
Ela agradecia ao sol
por aquecê-la,
agradecia à chuva
que a alimentava,
agradecia aos pássaros
pela vida que geravam
nos seus ramos.
E era feliz.
Pois mesmo uma árvore
Pode ser feliz
Por ser só uma árvore
Apenas uma árvore
Se for verdadeira.
terça-feira, março 21, 2006
Árvore
Hoje é Dia Mundial da Árvore. Hoje também é Dia Mundial da Poesia. Não tenho pretensões a ser poeta mas apeteceu-me brincar um bocadinho. Aqui vai... o meu poema-árvore.
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2 comentários:
Estou sem palavras. Só posso dizer que adorei.
Também fiquei sem palavras e como não é possivel reduzir um sentimento a palavras, fica o incentivo à tua escrita porque o que é um poeta senão o explorador do mundo, dos sentidos e sentimentos através da palavra?
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