Na segunda à noite, o carro andou. Assim, sem mais. Está bem, pensei. Passou-te. Ainda bem. Mas se achas que isto fica assim, enganas-te.
Ontem vinguei-me. Fui sair nele à hora do almoço. Depois, como quem não quer a coisa, deixei-o estacionado, com as luzes ligadas... imagino o que terá sido a sua tarde, definhando lentamente, sentindo a energia a sair da bateria sem esperança de a recuperar... Terá julgado, nos seus pensamentos abstractos de veículo motorizado, que eu não voltaria para o resgatar? Ter-se-à arrependido do que me fez dois dias antes?
Quando achei que já tinha tido a sua conta, voltei. Estava de rastos, completamente nas lonas, sem um pingo de energia... mas mesmo assim desafiou-me... Empurrado por dois colegas meus, fez a volta ao quarteirão, duas vezes, e não quis pegar. No fim, foi preciso ligar-lhe cabos aos bornes e dar-lhe choques eléctricos para aprender quem manda.
(espero bem que tenha aprendido... não me apetece nada ficar apeado outra vez...)
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