Como um cavaleiro a jacto numa armadura dourada, Tony Stark aparece para salvar a princesa: a sua consciência. E nesse processo leva-nos com ele a uma viagem bem mais gratificante do que seria de esperar à primeira vista.
No ano passado, lamentei a oportunidade perdida num filme da Marvel de contar uma história com personagens tridimensionais. O Rise of the Silver Surfer foi, nesse aspecto, fraquito. Iron Man não comete o mesmo erro. Dizer que Robert Downey Jr. é o filme seria injusto. Este é, para uma obra baseada em BD, algo ao mesmo tempo bastante multifacetado e perfeitamente auto-suficiente. Não é preciso ter ouvido sequer ter ouvido falar do Homem de Ferro para perceber toda a acção, e gostar do que se vê. Mas não se pode negar que, agora e provavelmente para sempre, Robert Downey Jr. é Tony Stark, e qualquer outro será pura imitação. Não conheço, confesso, muito do seu trabalho, mas graças a ele, Tony não é de papel. É de carne e osso, e metal, um proto-herói de meia idade que ganha uma nova visão do mundo e do seu próprio interior.
No início, Stark é um playboy mulherengo e dado a monumentais bebedeiras. É também um génio em electrónica que lidera uma das maiores fábricas de armamento do mundo. Para ele, as armas que inventa e com que equipa o exército são ferramentas de manutenção da paz. Essa perspectiva ingénua é despedaçada quando, numa demonstração do seu mais novo míssil, as tropas são atacadas por um grupo Taliban e ele próprio é capturado, ferido ironicamente por uma das armas que ajudou a construir. Em risco de vida devido aos ferimentos e obrigado a fabricar uma nova arma pelos seus captores, um Stark desesperado constrói ao invés uma armadura fantástica que lhe permite continuar vivo e iniciar a sua cruzada pessoal contra as armas e aqueles que através delas impõem a sua vontade.
Este é um filme onde os efeitos hi-tech, apesar de espectaculares e indispensáveis, não são uma desculpa para a história mas sim e apenas uma parte necessária da mesma. Iron Man é acima de tudo a história do homem dentro da armadura e da sua tomada de consciência onde antes existia um vácuo moral. Sim, segue as convenções de um blockbuster de Verão, com explosões espectaculares, mulheres bonitas e traições, mas fá-lo ao mesmo tempo que tece uma fábula pacifista, com surpreendente profundidade.
Mesmo que não gostem de BD, podem ir ver. Garanto que não é nenhum frete, pelo contrário. Fiquem é avisados que existe o risco, depois disso, de começarem a consumir revistas aos quadradinhos…
No ano passado, lamentei a oportunidade perdida num filme da Marvel de contar uma história com personagens tridimensionais. O Rise of the Silver Surfer foi, nesse aspecto, fraquito. Iron Man não comete o mesmo erro. Dizer que Robert Downey Jr. é o filme seria injusto. Este é, para uma obra baseada em BD, algo ao mesmo tempo bastante multifacetado e perfeitamente auto-suficiente. Não é preciso ter ouvido sequer ter ouvido falar do Homem de Ferro para perceber toda a acção, e gostar do que se vê. Mas não se pode negar que, agora e provavelmente para sempre, Robert Downey Jr. é Tony Stark, e qualquer outro será pura imitação. Não conheço, confesso, muito do seu trabalho, mas graças a ele, Tony não é de papel. É de carne e osso, e metal, um proto-herói de meia idade que ganha uma nova visão do mundo e do seu próprio interior.
No início, Stark é um playboy mulherengo e dado a monumentais bebedeiras. É também um génio em electrónica que lidera uma das maiores fábricas de armamento do mundo. Para ele, as armas que inventa e com que equipa o exército são ferramentas de manutenção da paz. Essa perspectiva ingénua é despedaçada quando, numa demonstração do seu mais novo míssil, as tropas são atacadas por um grupo Taliban e ele próprio é capturado, ferido ironicamente por uma das armas que ajudou a construir. Em risco de vida devido aos ferimentos e obrigado a fabricar uma nova arma pelos seus captores, um Stark desesperado constrói ao invés uma armadura fantástica que lhe permite continuar vivo e iniciar a sua cruzada pessoal contra as armas e aqueles que através delas impõem a sua vontade.
Este é um filme onde os efeitos hi-tech, apesar de espectaculares e indispensáveis, não são uma desculpa para a história mas sim e apenas uma parte necessária da mesma. Iron Man é acima de tudo a história do homem dentro da armadura e da sua tomada de consciência onde antes existia um vácuo moral. Sim, segue as convenções de um blockbuster de Verão, com explosões espectaculares, mulheres bonitas e traições, mas fá-lo ao mesmo tempo que tece uma fábula pacifista, com surpreendente profundidade.
Mesmo que não gostem de BD, podem ir ver. Garanto que não é nenhum frete, pelo contrário. Fiquem é avisados que existe o risco, depois disso, de começarem a consumir revistas aos quadradinhos…
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