Nove anos depois do seu último concerto em grupo, eis que as Spice Girls estão de volta, para uma tournée mundial. A pergunta que se impõe é: “PORQUÊ???”.
A resposta é muito simples. Porque, surpreendentemente, há muito boa gente mortinha por pagar bilhete para as ver. E assim elas regressam, em todo o seu esplendor de meia idade.
A estreia foi ontem, em Vancouver, e parece que até correu bem. Quer dizer, não as correram do palco à força de vaias, cantaram um clamoroso total de 22 músicas e a Victoria até era visível da plateia (desde que não se virasse de perfil, naturalmente… queriam milagres, não?). Olhando para elas, a passagem do tempo é perceptível por comparação, apesar da maioria das ex-meninas se mostrar bastante bem para os aninhos que já têm em cima. Quanto à parte artística, não posso falar com conhecimento de causa porque não ouvi, mas convenhamos… também não havia ali muito talento para o terem perdido entretanto, não é?
Resta saber o que as Spice Girls têm de inovador a trazer a este novo milénio. O seu girl power original, que se desvaneceu quando deixaram de ser aquele grupo de amigonas unidas, vai ressuscitar, quando toda a gente sabe que se voltaram a juntar pelo dinheiro? Ou podemos esperar algo de diferente das moças, entretanto convertidas em mães de família e donas de casa desesperadas? Vão evoluir, senhoras? É que quer parecer-me que este regresso tem um valor puramente nostálgico e que, satisfeito o saudosismo, lá vão as Spice de volta para a prateleira…
So tell me what you want, what you really, really want…
I’ll tell you what I want, what I really, really want…
I wanna, I wanna, I wanna, I want a career again…