Fazes falta nos meus dias.
Sei disso.
Mas calo-me sempre.
Deixo-me estar no meu poço,
Naquele que é profundo
E sem eco,
E compreendo que por vezes
As palavras que afogo
Te aflijam.
Não as vês, bem sei.
E assim,
Ferido pelas frases que não digo,
Que imaginas e constróis,
Ferido por gestos que vês
Ao microscópio e a cores,
Essas cores berrantes
Com que os pintas
Quando deviam ser pastel,
Vacilas.
Por isso te digo
Que fazes falta nos meus dias.
Digo-to
Para que assim
Saibas disso também.
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1 comentário:
Sei disso
Como sei o quanto me fazes falta nos meus... Talvez por cada vez mais os meus serem os meus-contigo...
E, mesmo sabendo
Calo-me por te ver calado
Se te deixaste estar no teu poço num passado,
Naquele poço que era profundo e onde estavas bem no fundo
Pouco a pouco vais deixando de perder o medo de subir e espreitar mais que o pouco céu azul que vias antes,
Pouco a pouco vais descobrindo que a subida não magoa tanto como pensavas,
Sem eco porque o eco sempre ficou nas palavras que, mesmo sem serem ditas sequer, me iam chegando ao coração e que nele ecoavam,
Não as via e não as vejo mas o seu eco chega-me para que sinta o seu sabor sem as provar.
E o que são palavras quando tenho o teu olhar... Quando ouço nos teus olhos todas as palavras ditas e por vezes gritadas sem som...
E o que são palavras quando sinto o teu abraço que me envolve e me diz, na ponta de cada dedo teu, o quanto gostas de mim...
E o que são palavras quando te tenho a sonhar enroscado a mim e cada poro me embala sussurrando sonhos...
E o que são palavras quando te tenho a ti...
Se a uns assusta sair do poço, eu perdi o medo de nele entrar para contigo estar e contigo te poder ajudar a dele sair...
Não estou ferido lindo, porque mesmo sem palavras, é Amor que vejo em tudo o que fazes e me fez pensar ainda hoje, num abraço de até logo, de como sabes bem, de como o sabes fazer bem, de como me fazes sentir bem e acima de tudo de como os meus dias já são teus também...
Adoro-te Calhau, AA
Ouriço Tonto
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