Tenho um afilhado, e conforme a tradição, ontem foi dia de lhe levar as amêndoas e o incontornável ovo de chocolate. Sou um padrinho desnaturado, e só o vejo muito de vez em quando, por isso aproveitei para estar um bocado com o puto. Tem seis anos, e é uma amostra de gente, mas aquela cabecinha é um achado.
Quando cheguei, escondeu-se. Quando disse que me ia embora, apareceu e retirou-me das mãos sem cerimónia o Kinder gigante, enquanto me informava que já tinha tido montes de ovos e me disse, em tom de censura, que o meu era o último. A seguir, partiu-o e desembrulhou-o, por esta ordem, e foi ao que lhe interessava: o brinquedo. Satisfeito com o Smart miniatura que lhe calhou em sorte, apesar de levemente desapontado por “já vir montado”, passámos à sala de jantar. Durante uma hora, fui presenteado com bolos e sumos variados, que ele me garantiu serem um espectáculo; não estou a ironizar quando digo que o miúdo foi um anfitrião preocupado e atento. Também estivemos um bocado a falar, e deixou-me banzado com a explicação que o “Venom, aquele da baba preta, era um clone, com o DNA do Homem-Aranha”… e que veio “de um universo paralelo”… As explicações eram pormenorizadas e acompanhadas de gráficos desenhados a marcador no quadro branco, género sala de aula, e interactivas ao ponto de o Hulk, que afinal segundo ele estava dentro do Homem-Aranha, se tornar azul na descrição quando o puto percebeu que o marcador verde não tinha tinta. A conversa passou também pela reprodução: pelo o que ele me explicou, os bebés aparecem de uma semente. É preciso um pai e uma mãe, mas como os meninos não podem ter lá dentro a semente, tem de ser a menina a ficar com ela. Acabou por não elaborar porque a seguir chegou mais gente: mais uma tia (minha e da mãe dele, que é minha prima), que afinal ainda trazia mais um ovo, que ele recebeu alegremente e pousou algo incomodado depois de chocalhar, ao perceber que não trazia brinde.
Tá muita giro, o gajo, e vai longe. Com aquela imaginação e discurso invulgarmente sofisticado para a idade, não me espantava nada que daqui a uns anitos já estivesse a escrever histórias para a Marvel. É meu afilhado… posso sonhar, não posso?
Quando cheguei, escondeu-se. Quando disse que me ia embora, apareceu e retirou-me das mãos sem cerimónia o Kinder gigante, enquanto me informava que já tinha tido montes de ovos e me disse, em tom de censura, que o meu era o último. A seguir, partiu-o e desembrulhou-o, por esta ordem, e foi ao que lhe interessava: o brinquedo. Satisfeito com o Smart miniatura que lhe calhou em sorte, apesar de levemente desapontado por “já vir montado”, passámos à sala de jantar. Durante uma hora, fui presenteado com bolos e sumos variados, que ele me garantiu serem um espectáculo; não estou a ironizar quando digo que o miúdo foi um anfitrião preocupado e atento. Também estivemos um bocado a falar, e deixou-me banzado com a explicação que o “Venom, aquele da baba preta, era um clone, com o DNA do Homem-Aranha”… e que veio “de um universo paralelo”… As explicações eram pormenorizadas e acompanhadas de gráficos desenhados a marcador no quadro branco, género sala de aula, e interactivas ao ponto de o Hulk, que afinal segundo ele estava dentro do Homem-Aranha, se tornar azul na descrição quando o puto percebeu que o marcador verde não tinha tinta. A conversa passou também pela reprodução: pelo o que ele me explicou, os bebés aparecem de uma semente. É preciso um pai e uma mãe, mas como os meninos não podem ter lá dentro a semente, tem de ser a menina a ficar com ela. Acabou por não elaborar porque a seguir chegou mais gente: mais uma tia (minha e da mãe dele, que é minha prima), que afinal ainda trazia mais um ovo, que ele recebeu alegremente e pousou algo incomodado depois de chocalhar, ao perceber que não trazia brinde.
Tá muita giro, o gajo, e vai longe. Com aquela imaginação e discurso invulgarmente sofisticado para a idade, não me espantava nada que daqui a uns anitos já estivesse a escrever histórias para a Marvel. É meu afilhado… posso sonhar, não posso?
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