terça-feira, maio 29, 2007

Meme

O Peter Pan passou-me um meme para dar seguimento. Um 'meme' é um 'gen ou gene cultural' que envolve algum conhecimento que passas a outros contemporâneos ou a teus descendentes. Os memes podem ser ideias ou partes de ideias, línguas, sons, desenhos, capacidades, valores estéticos e morais, ou qualquer outra coisa que possa ser aprendida facilmente e transmitida enquanto unidade autónoma. Simplificando: é um comentário, uma frase, uma ideia que rapidamente é propagada pela Web, usualmente por meio de blogues. O neologismo 'memes' foi criado por Richard Dawkins dada a sua semelhança fonética com o termo 'genes'.

O meu meme... pensei que frase deveria escrever e não me saiu nenhuma, por isso, e como dicas de segurança são sempre valiosas, aqui vai.

Passo a quem porventura ainda passe por aqui, depois da falta de actualizações...

segunda-feira, maio 14, 2007

Foi um Festival

No Sábado pudemos assistir a mais um Festival Eurovisão da Canção. E que espectáculo que foi.

Marija Serifovic, vinda da estreante Sérvia, venceu o certame com o seu “Molitva”. Embora não tenha percebido a letra, facto que penso se deveu a não saber uma palavra de sérvio, a música e a maneira como interpretou a canção convenceram-me de que estava diante de um vencedor credível.


O segundo lugar, no entanto, é outra história.

Por momentos, chegou a conceber-se que Verka Serduchka, legítima seguidora do estilo Antonita Moreno, levasse “Dancing Lasha Tumbai(!)” ao lugar cimeiro do pódio.



Cada vez mais, o Festival se torna um mostruário de efeitos especiais, golpes publicitários e Músicas da Tanga ®. Ano após ano, e salvo algumas excepções, aumenta o número de participantes que aposta no “mais-que-festivaleiro”. Passada que é a era da canção pimba (que tentámos levar mais uma vez este ano, com a discípula de Emanuel, Sabrina), entramos na fase do “visual com música de fundo”. Por regra, o palco já por si psicadélico serve de base a performances que se aproximam do Cirque du Soleil, mas sem o mérito artístico.

Será que este é um futuro aceitável para o Eurofestival? Será que devemos aceitar as alterações como algo inevitável e deixá-lo continuar nos moldes que for, desde que continue? É que quer queiramos, quer não, sempre houve mais por trás do certame do que a mostra da realidade musical de cada país.

Na verdade, todos sabemos que o Eurofestival também serve para estimular o espaço Europa ao nível monetário e auto-promover o turismo europeu. Mas mesmo aceitando essa função, a questão que se impõe é até quando o modelo presente vai continuar a servir a Portugal em particular e a Europa Ocidental em geral. Com o progressivo aumento de participantes de Leste e o voto de compadrio e de vizinhança que sempre fez parte do certame mas que cada vez atinge níveis mais perturbadores da imparcialidade na avaliação do mérito de cada canção, é cada vez mais remota a hipótese de termos por cá uma final. Torna-se mesmo complicado ter um representante português que seja nessa mesma final. Então, porquê continuar a investir (e um investimento que não deve ser tão pouco como isso) numa situação que não nos trará dividendos? Para que o resto da Europa fique a conhecer Sabrinas?

Sinceramente não sei o que ache. Mas se calhar, Portugal devia ponderar a hipótese de partir para outros empreendimentos e trazer de volta, sei lá, os Jogos sem Fronteiras. Aí ao menos pessoal com estrelas na cabeça sempre tinha a ver com algum jogo. E escusávamos de, depois de pagar a factura, ficar ano após ano à porta da final, a olhar para dentro e a dizer “Que pena, ainda não foi desta…

quinta-feira, maio 10, 2007

A Andar

Surpresa das surpresas, hoje tinha o carro trancado de manhã. Mas nem só de maus estacionamentos vive o trânsito, e depois de a senhora sorridente retirar a sua viatura para eu sair, lá me meti a caminho.

E eis senão quando, numa das muitas rotundas que pontuam o meu percurso matinal, dois carros decidem passar ao mesmo tempo na minha saída, não chocando entre si por um triz. Acontece. O que já não é tão normal é o homem do jipe que vinha à frente travar de repente e sair do carro para tirar satisfações com o outro, bloqueando a estrada. Gesticulam ambos, e gritam, claramente discutindo de forma civilizada a questão da prioridade numa rotunda.

O trânsito pára, à espera que os senhores acabem. Felizmente, depressa chegam a um consenso (provavelmente sobre qual das respectivas mães tem uma virtude mais fácil) e lá seguem, cada qual acelerando tão desalmadamente como o outro. Provavelmente, para compensar o tempo perdido…

Até foram simpáticos, estes senhores. Não se pegaram à pancada. Isso tinha interrompido o tráfego por muito mais tempo. É que nesses casos a polícia demora tão pouco a chegar!...

quinta-feira, maio 03, 2007

Welcome to the Dark Side



O uniforme negro. Sandman. Venom. Gwen Stacy. A vingança do Green Goblin. Está tudo lá.

Spider-Man 3
- Estreia hoje -

segunda-feira, abril 30, 2007

Estacionário

Começa mais um dia, e são horas de ir trabalhar. Depois de me despachar, saio do prédio e dirijo-me ao carro. Abro a porta, meto a chave na ignição e volto a sair do carro. A seguir buzino, e espero. O costume.

O estacionamento é actualmente e cada vez mais um problema, qualquer que seja o sítio onde vivamos. Os carros, como cogumelos, aparecem por toda a parte a um ritmo impressionante. O espaço de estacionamento é que não cresce; muitas vezes diminui mesmo. Há muitas alturas em que encontrar lugar é uma aventura; esta é uma realidade a que não conseguimos fugir. A par dela, porém, existe uma outra, que torna tudo ainda pior: a falta de civismo a estacionar.

Todos já passámos por isso, uma vez ou outra: automóveis que são estacionados bloqueando outros, impedindo os primeiros de sair e obrigando as pessoas a esperar e desesperar. Por vezes é compreensível. Um descuido, por não se reparar que tapávamos outros, ou uma questão de momentos quando quem estaciona não tem mesmo outra hipótese nas ruas caóticas em que conduzimos. Aceitamos as desculpas e vamos à nossa vida.

Mas quando esta situação é recorrente e quando metade dos dias tirar o carro do estacionamento envolve ter de buzinar e ficar à espera que (quase sempre) AS MESMAS PESSOAS se dignem a vir retirar a viatura para que eu possa sair, só apetece mandá-los para um certo sítio. Não sabia (que falha no meu conhecimento geral!) que quando se compra um estabelecimento se compra o estacionamento em frente e, muito menos, se adquire o direito de trancar os carros dos outros só para não ter de andar mais de 5 metros até chegar à porta do café. Deve ser assim, porque geralmente até existem lugares nas proximidades; é é uma chatice ter de procurá-los quando é tão mais simples deixar o carro mesmo ali.

Eu não funciono assim. Quando por força das circunstâncias tenho mesmo de estacionar em segunda fila não fico descansado. De dois em dois minutos venho verificar se o carro está a atrapalhar, e despacho o que tenho a fazer (e isso não inclui ir ao café) o mais rápido que consigo. Por outras palavras, sou estúpido. Infelizmente, grande parte dos condutores está-se a borrifar para os direitos dos outros, e como em tantas outras coisas hoje em dia, aplica-se a lei da selva. É o “salve-se quem puder"…

sexta-feira, abril 20, 2007

Boa Memória

Há dias, de manhã, fiz parte do caminho para o trabalho acompanhado por esta música na nova M80.



Depois do último acorde, a locutora declarou, num tom alegre e sacudido, que não era possível ouvi-la sem nos lembramos do filme. Do Neverending Story

Ouch…

sexta-feira, abril 13, 2007

Sexta – 13, Sábado – HEROES

Mais uma sexta-feira 13, mais uma mulher quase despida…


Esta é a Niki. Para ela um espelho, mesmo sem estar partido, é definitivamente sinal de azar. Para perceberem porquê, é favor estarem atentos à TVI amanhã, pelas 14 horas. Ela vai lá estar… e sim, eu estou bem contente com isso!

quarta-feira, abril 04, 2007

Quando o puto faz anos

O puto fez QUANTOS!? 18 anos!!??

O meu irmão mais novo fez 18 anos. Deixou de ser tecnicamente um puto e passou a ser maior e, tanto quanto me lembro do boletim de vacinas dele, vacinado. Mais alto do que eu ele já era. Eu sabia disso, aceitava porque não tinha outro remédio. Mas apesar disso, ele sempre foi o miúdo, o infante lá da casa. O rei, muitas vezes. Porque é o mais novo, o menino quer, o menino manda. E agora…

Como é que já passou tanto tempo? Parece que foi ontem…

Lembro-me de quando os meus pais me chamaram a mim e à mana, nos sentaram no sofá e nos disseram que íamos ter mais um membro na família, e de como já não larguei a mão da minha mãe o resto da noite, apesar de já ter 14 e ser “um rapazinho crescido”. Lembro-me de irmos os quatro (os cinco) ao centro comercial comprar roupinha de bebé para o puto que aí vinha, lembro-me de como me assustei quando vi a minha mãe desfalecer e cair à minha frente, já com uma grande barriga, com uma quebra de tensão. Lembro-me do meu pai a chorar de alegria, quando soube que ele tinha nascido sem problemas. De ver aquela amostra de gente ao lado da mãe, na cama, e pensar que, de alguma forma, me sentia ligado a este ser com laços que nunca seriam quebrados.

Mudei-lhe fraldas, troquei-lhe a roupa e dei-lhe papa. Inventei mil e uma estórias mirabolantes, para que adormecesse, para que ficasse bem disposto, porque me pedia. Brinquei com ele, joguei com ele, como jogo com ele ainda. Vi-o sarapintado com varicela, mascarado de sapo, de diabo e de árvore, com caracóis e quase careca, com um grilo numa caixa e com um gato pelo gasganete. Partilhei o quarto com ele desde que deixou o berço, o quarto que agora já herdou quase por completo. Deixei a luz acesa à noite, e ajudei-o a trocar os lençóis quando acordavam ensopados. Consolei-o quando se aleijava. Ajudei-o com os trabalhos de casa. Levei-o à natação, fui ver saraus de ginástica, fui buscá-lo à ama e ao colégio. Vi-o conhecer cada letra, anos antes de ir para a escola. Vi-o entrar na primária, depois na preparatória, e na secundária, que hoje está a terminar para partir para a faculdade. Fomos (e somos) cúmplices nas brincadeiras, nas piadas que um começa e o outro acaba. Passou-se tanto até este ponto, desde que o puto nasceu até agora, que realmente só podia ter decorrido tanto tempo. Mas que pareceu um instante, pareceu.

Tenho quase 28 anos de ser mano (também te adoro, mana... sabes que nunca me senti o teu irmão mais velho; apesar de tudo sempre pareceu que éramos da mesma idade), mas 18 anos de ser o Mano Mais Velho… de ter alguém para quem eu estava lá em cima, para quem eu era um herói, alguém que eu podia ajudar e proteger. Sei que ele não deixa, nem nunca deixará, de ser o puto da família, o mais novo de todos. E vou continuar a ajudá-lo e a estar lá para ele quando precisar. Ao mesmo tempo, já é crescido, com tudo o que isso acarreta. Inclusive ter de tomar decisões e lidar com algumas coisas por si próprio. Dúvidas existenciais, problemas com raparigas… Essa parte não me conta directamente. Também não o posso censurar. Nunca ouviu um desabafo que fosse da minha parte, em relação a amores… por razões que, espero que venha a entender na íntegra, não têm a ver com eu não ter confiança nele mas com receios meus. Acho que tenho um pouco de medo de que, quando souber a verdade sobre a minha vida amorosa, deixe de me ver como o Big Brother que ele sempre admirou…

Claro que o puto fez 18 anos. Já cresceu. Eu é que quase não dei por isso. Estava ocupado demais a vê-lo crescer…

quinta-feira, março 22, 2007

O dia faz-se de noite

Ontem acordei depois da hora. Pedrado de sono, cambaleei até à casa de banho, e despachei-me à pressa. Vesti-me, também a correr, e sem tomar pequeno-almoço disparei escada abaixo. Quando cheguei ao carro aproveitei para acabar de abrir os olhos. A caminho do escritório, só rezava para não apanhar trânsito, ou chegava (ainda mais) tarde. Bem-vindos a um dos meus dias normais.

Não durmo o suficiente. Nunca durmo o suficiente. Resta saber porquê. Tenho uma cama, tenho um quarto sossegado (menos ao fim de semana – os meus vizinhos do lado são grandes fãs de trance em volume máximo). Ninguém me obriga a ficar acordado até às tantas. O que é certo é que há muito tenho os ciclos de vigília/repouso todos desregulados, com a quantidade de consequências que daí advém.

À conta disso, passo muitas vezes uns dias desgraçados. Com falta de concentração, falta de rendimento, falta de pachorra. Acordo irritadiço, com vontade de ficar mais tempo na cama. Estou sempre sem energia e com vontade de me encostar a um canto e dormir. Muitas vezes, nem nos apercebemos da influência que a forma como descansamos tem no nosso dia desperto. Acho que, se descansasse o suficiente, parte da minha vida seria bem diferente.

Isso eu sei. Resta fazer.

Ontem, o resto do dia correu com de costume. Sonolento, fui trabalhando… Almoço… Os olhos teimavam em fechar quando olhava para o monitor, mas consegui não deixar pender a cabeça mais do que duas ou três vezes. Depois saí, fui jantar e fui para casa… O serão ainda demorou, claro, que por mais sono que tenha tenho ainda mais alergia a deitar-me cedo. Parece um desperdício de tempo, aquele que se passa a dormir. É estúpido, porque acaba por ser o contrário. Menos tempo de repouso significa menos qualidade de vida, e menos tempo de vida, mesmo, porque o corpo não se regenera todos os dias como deveria. Num artigo que li ontem, a propósito do Dia Mundial do Sono, dizia-se que “muito prejudicial à saúde é a inversão do sono, não ter horas certas para dormir, ou deitar-se sempre após a uma da madrugada, porque se interrompe o ciclo biológico e é entre a uma e as três da manhã que se produzem substâncias como a melatonina, essenciais a um sono reparador”. Pelos vistos, há muito que o meu organismo não vê a melatonina… que pela descrição bem falta faz…

Ontem deitei-me à uma da manhã. O que é bom, comparando com a hora do costume. Não deixei de me levantar tarde; o cansaço acumulado é muito. Mas estou mais desperto, e sinto-me mais activo hoje. A ver se me convenço a mim próprio a continuar a fazê-lo, e me habituo. Essa era uma mudança de hábitos que só me fazia bem.

quarta-feira, março 21, 2007

Primavera

Já chegou. Disfarçada, mas já chegou.


quinta-feira, março 08, 2007

Gajas ao poder

Antes, foi assim. Lutava-se pela igualdade das mulheres. Elas eram oprimidas, tratadas como cidadãos de segunda. Elas queriam votar, queriam o seu lugar de direito na sociedade. Faziam greve, manifestações, comícios; eram presas, mas batiam-se por aquilo em que acreditavam.


Parece que sempre conseguiram alterar o status quo. Hoje em dia, as coisas são um bocado diferentes. Mas ainda temos feministas, ou se calhar, podemos dizer que temos as chamadas neo-feministas, que perpetuam o legado das primeiras. Hastearam a bandeira da independência, e são donas de si próprias.




Ex-strippers giras, boazonas, mexem-se que é uma maravilha e uma delas até sabe cantar. E segundo as próprias, não precisam de homens, por isso não são concorrência. O que mais se pode pedir?

Era disto que estavam à espera, não era, senhoras de 1900?

terça-feira, março 06, 2007

Ingratidão

Quando fazemos o nosso trabalho, e para mais quando o fazemos bem, gostamos de ser reconhecidos por isso. Merecemo-lo. Mas nem sempre acontece. É triste ver que há pessoas que não respeitam o trabalho dos outros, menosprezando quem deu o melhor de si.

A parte do pagamento, embora importante, nem sempre é a que faz mais falta. Mas quando esta não existe e ainda por cima sentimos que não se preocupam minimamente connosco e que o agradecimento que recebemos é uma palavra vazia, da boca pra fora, custa. Especialmente quando nos aplicamos e apesar de existirem várias contrariedades levamos a bom porto a tarefa que nos propusemos realizar.

Quem acaba por perder é quem tem esta atitude ingrata. Da próxima vez, leva um “não”. Sem “obrigado”.

quinta-feira, março 01, 2007

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Assassino de Cereais

Não vale a pena estar com paninhos quentes. Esta segunda-feira, o meu lado escuro veio à tona. Sem dó nem piedade, assassinei selvaticamente diversas caixas de cereais! Não contente com isso, com elas expostas como troféus, saí pelas ruas, à procura de mais vítimas inocentes… e ai de qualquer Chocapic ou Muesli que se atravessasse no meu caminho!…

Acompanhado do Ah Elle, um guerreiro japonês de espada em riste, a fazer pendant com a minha faca de cozinha ensanguentada, acabei por ir tomar café com amigos (afinal, a vida não pode ser só matança). A chuva deve ter assustado as demais figuras estranhas, porque até chegarmos ao MG, mais tarde na noite, não vimos nenhuma. Ou se calhar foi medo de mim…

O café em si correu bem. O G. e o C. não desconfiaram das nossas tendências homicidas, nem ao de leve. Tenho a certeza que a recusa deles em nos acompanharem depois não teve nada a ver com o nosso ar macilento e os nossos olhares esgazeados. Nem com as armas sangrentas que trazíamos connosco.

Já na discoteca, o stock de figuras estranhas era aqui abundante. Haviam as pessoas normais, as normalmente estranhas e as completamente estranhas. Dessas, era aos pontapés (ou à facada - houveram alguns que era mesmo o que apetecia). Mas o sítio não estava tão, tão cheio que não nos conseguíssemos mexer, e a música na sua maioria até se comia. Com a companhia do Golfinho, munido de chapéu de cowboy, e do Forever’I, munido da cara que Deus lhe deu (num aparte, já estou farto de não ter actualizações tuas e qualquer dia assassino o link, ok?!?), tudo concorreu para que a noite fosse um sucesso.

Viemos para casa e, finalmente saciado, despi a minha nova pele. Mas… será que ficou por aqui? Ou será que terei sempre dentro de mim… um cereal killer?



sexta-feira, fevereiro 16, 2007

É uma pedra

Mas será que o tempo não se decide? Hoje já chove outra vez... Estou mesmo a ver que para andar actualizado, tenho de arranjar uma coisa destas...

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Descoberta

O espanto que me move,
O deslumbramento
É ter o mapa do teu ser,
E ser bússola,
E esquadro, e compasso.

Exploro, sulcando
Cada sopro, a cada passo,
Descobrindo algo novo
A cada volta, cada dia,
E descobrindo-te a meu lado a todo o instante.

O estranho disto tudo,
A descoberta que faço,
É saber que te conheço

Meu norte, meu amor, meu horizonte distante.



FELIZ DIA DE S. VALENTIM!

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Abanão Colectivo

Portugal tremeu hoje de manhã.

Eu estava sentado à secretária, compenetrado no que estava no monitor. Parcialmente, comecei a aperceber-me de qualquer coisa fora do normal, mas a minha atenção só se focou nisso uns segundos depois; a cadeira vibrava. Ao mesmo tempo que me apercebi disso, o meu colega disse “Eh, estão a sentir? Está tudo a tremer!” Passado um instante, parou. Mesmo no momento em que começava a ponderar se devia assustar-me. As outras colegas, que circulavam pelo escritório, não se aperceberam. Aqui, o sismo foi uma experiência unicamente masculina. Para mim, foi novidade porque hoje não houve margem para dúvida. Em sismos anteriores, tive de confiar na palavra de outros, porque não dei por nada.

Este abanão é um tipo de experiência que até é bom para a identidade nacional. Toda a gente pode comentar, toda a gente se pode sentir parte de algo. É melhor mesmo do que o futebol, porque a divisão dos clubes não se mete ao barulho. E ajuda a estimular a economia, pelo menos as telecomunicações. Toda a gente liga a seguir a perguntar “Sentiste?”. Por isso, na minha opinião e desde que não cause danos, um sismozito de vez em quando recomenda-se.

Desta vez não tenho razão para me sentir excluído. Portugal tremeu hoje de manhã, e eu tremi com ele.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Momento

Olhei para ti ontem. Estavas de roupão, encostado à bancada da cozinha, segurando a tua chávena enorme e amarela com ambas as mãos. E enquanto bebias o chá e falavas comigo só pensava em como tu, mais do que ninguém, pertencias ali ao meu lado.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Maquinodependência

O computador já voltou, não sem mais algumas peripécias e com a compra de uma nova drive de DVD a juntar ao resto. E voltou algo melhorado, com mais RAM, alguns programas novos e actualizações de outros tantos – nem tudo pode ser mau.

A falta que ele me fez durante este período é que deu para me pôr a pensar. Porque carga de água é que, depois de passar oito ou mais horas agarrado a um seu semelhante no escritório, a primeira coisa que faço ao chegar a casa é ligar o PC? Porque é isso que acontece invariavelmente.

Não cheguei a nenhuma conclusão satisfatória. Dizer que não tenho mais nada que possa fazer em casa é uma estupidez. Adoro ler, e tenho uns quantos livros em casa que ainda não li. A televisão mesmo ali ao lado debita uma quantidade de canais, e hoje em dia é raro sentar-me no sofá a olhar para ela. Podia desenhar, ou pintar, ou estar simplesmente a ouvir música. Isto para não falar em arrumar a casa ou alguma outra actividade produtiva. Mas não. Ligo-me à máquina, como qualquer outro periférico, e fico ali uma noite inteira.

Talvez o computador seja a nova televisão, que muitas vezes se liga quando estamos sozinhos só para fazer companhia. Neste sentido, é um upgrade... porque é supostamente interactivo, e acabamos por estar envolvidos em algo ainda que não estejamos a fazer absolutamente nada. É claro que esta interacção é muitas vezes artificial e implica não estar a fazer algo significante, mas que importa? Desde que estejamos ocupados...

O único conforto é que apesar da actividade solitária, não estou sozinho. Há um vasto número de pessoas que faz exactamente isto, estar horas a fio agarrado ao teclado, um número crescente, a começar pelas novas gerações. Posso constatar isso pelo meu irmão e pela quantidade de contactos que o bombardeiam no Messenger e afins todas as noites. Como a maior parte deles, tornei-me computador-dependente... e fatalmente logo serei mais um membro do grupo daqueles que têm o computador tão impregnado no seu dia a dia que já nem questionam porquê.

:(

sexta-feira, janeiro 26, 2007