Os últimos tempos têm sido a um tempo estranhos e normais.
Nas últimas semanas, aconteceu de tudo. Confirmou-se que sim, que vou ser tio(!), e não podia estar mais contente pela mana. A minha busca de uma nova casa estagnou completamente, com a agência maravilha a conseguir um total de
0 (leia-se
zero) visitas até agora à minha corrente morada. Ou a minha casa é tão cara e tão má nas fotos que toda a gente recusa vê-la, ou há alguém que não está a fazer o trabalho como devia… Pela segunda vez consecutiva, fiquei em segundo num torneio de
Magic; talvez porque me vou tornando um dinossauro por ali e com as escamas metafóricas vem alguma experiência. O trabalho atingiu massa crítica, explodindo em semanas de horários de 12 horas diárias, uma
viagem a Madrid ainda mais relâmpago do que a do último ano e complicações que me fizeram puxar os cabelos. E infelizmente, morreu uma pessoa de família, doente havia muito, mas cujo desaparecimento nunca deixa de chocar e entristecer.
E depois houve o fim de semana passado. Tive uma festa na Casa da Porteira, completa com fogo de artifício e tudo, que ajudei a preparar e foi excelente, apesar do aniversariante ter espezinhado(!) as velas que coloquei no bolo. Tive uma visita ao MG, surpreendentemente também excelente. Finalmente deram-me espaço, música boa e um par (
hmmmm…) que era uma coisa assim fora de série. E tive uma tarde de
relax no calor de uma tarde de pseudo-Verão, que oscilou entre dormitar nas espreguiçadeiras, com cervejinhas geladas, e refeições de tostas com queijos variados a gozar a vista na mesa de vidro do terraço.
Mas o fim de semana trouxe também certos desenvolvimentos, na minha cabeça e fora dela, que podem constituir um novo ponto de viragem. Ou não. Sei lá!... Depois de um mini-tornado auto-infligido, tomei a decisão de continuar a aproveitar aquilo que me é dado a aproveitar, e não stressar com alterações que podem vir daqui a umas horas ou daqui a alguns anos, e que afinal até poderão (é o mais provável) ser pelo melhor. Sim, está-me no sangue resistir o mais possível à mudança, qualquer mudança. Mas felizmente, há sempre tempo para evoluir, se me decidir a isso. Há sempre tempo para ser mais feliz...
Quem ler pode pensar que me estou a queixar, que talvez eu esteja infeliz. Não é o caso. O que acontece é que estou a dizer a mim mesmo que a possibilidade antecipada de vir a ficar momentaneamente menos alegre não compensa a hipoteca do meu bem estar presente. Se conseguir viver assim, sem me derrotar antes mesmo de começar por causa de factores para além do meu controle, e deixar o pessimismo de lado, de certeza que a minha vida vai agradecer.